"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
domingo, 31 de julho de 2016
A iluminação a gás em Lisboa
Porque ontem fez anos que se inaugurou a iluminação pública a gás na cidade de Lisboa (30 de Julho de 1848), recordo uma passagem de um dos textos que compõem Lisboa Galante, de Fialho de Almeida (De noite).
«Um a um, os lampiões de gás acendem as suas luzinhas vermelhentas, em fúnebres fieiras, que parece fazerem nas ruas grandes perspectivas de enterros. Os garotos apregoam jornais e os cauteleiros, cautelas: sob as árvores das praças, ao longo dos asfaltos marginais das ruas, escuros formigueiros de gente hesitam, vão e voltam, fosforentes os olhos, os gestos torturados, como se uma inquietação começasse a desorientá-los.
«Um a um, os lampiões de gás acendem as suas luzinhas vermelhentas, em fúnebres fieiras, que parece fazerem nas ruas grandes perspectivas de enterros. Os garotos apregoam jornais e os cauteleiros, cautelas: sob as árvores das praças, ao longo dos asfaltos marginais das ruas, escuros formigueiros de gente hesitam, vão e voltam, fosforentes os olhos, os gestos torturados, como se uma inquietação começasse a desorientá-los.
(...)
Vista do cimo dos montes, a essa hora, a cidade perdeu completamente a configuração burguesa que havia à luz do sol, para tornar-se numa indefinida necrópole de assustadoras perspectivas (...)
Neste corpo de monstro escamoso e fosforente, que é Lisboa de noite, feito de placas, corcovas, pernas, anquiloses, há um sistema arterial desenhado a luzes de gás, por cujos grandes vasos carroçam movimento e vida; e um sistema nervoso para a repercussão das suas grandes misérias e das suas grandes dores.»
Neste corpo de monstro escamoso e fosforente, que é Lisboa de noite, feito de placas, corcovas, pernas, anquiloses, há um sistema arterial desenhado a luzes de gás, por cujos grandes vasos carroçam movimento e vida; e um sistema nervoso para a repercussão das suas grandes misérias e das suas grandes dores.»
Como mais prosaicamente escrevia Júlio César Machado, no final de Lisboa de Ontem:
A Polka e a iluminação a gaz... uma mistura explosiva!
sábado, 30 de julho de 2016
Papa Francisco em Auschwitz
Post alterado (31.07.2016)
«Com toda a minha alma espero o SENHOR e confio na sua palavra.
A minha alma espera pelo Senhor, mais do que a sentinela pelo romper da aurora.»
(Salmos, 130:5-6)
Mãe, por favor, não chores.
Virgem puríssima, Rainha do Céu,
protege-me sempre.
(oração escrita nas paredes de uma cela na sede da Gestapo, em Zakopane,
por uma rapariga de 18 anos - Setembro de 1944.
Esta oração foi o ponto de partida do 2.º andamento da 3.ª sinfonia de Górecki)
Esta oração foi o ponto de partida do 2.º andamento da 3.ª sinfonia de Górecki)
sexta-feira, 29 de julho de 2016
quarta-feira, 27 de julho de 2016
Santana
Os Santana estão cá...
Isto eram os Santana nos primórdios (1970). Com uma secção rítmica de se lhe tirar o chapéu... (até porque, com aquelas cabeleiras, não havia chapéu que lhes servisse!)
segunda-feira, 25 de julho de 2016
Deve dar para pagar as sanções!...
E que não haja buracos negros...
dívidas varridas para debaixo do tapete...
rabos de palha...
esqueletos nos armários...
E que um dia destes... haja mais vida para além do défice!
P.S. - A propósito do défice público e da sua gestão, convido a leitura de Pedro Lains O pecado mora ao lado:
«Gerir um défice público sem austeridade é possível, não custa muito. (...) Gerir um défice público em austeridade é uma quase impossibilidade metafísica.»
Emmerico Nunes - uma pintura
Começar (de novo)
A RTP lembrou ontem...
A gravura mural Começar, é a última grande obra de Almada Negreiros – “um trabalho obcecante” -, inaugurada em Outubro de 1969.
Com 12,90 m x 2,20 m, foi gravada em calcário polido, no átrio da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa). Almada acompanhou a sua execução, feita por uma equipa de operários especializados.
É um discurso geométrico: uma profusão vertiginosa de linhas e arcos, acompanhados por números e expressões matemáticas, num jogo de cores.
«Vou simplesmente dizer o título da obra que eu concluí, que é uma obra síntese de tudo o que eu fiz na minha vida: é a Geometria. O título é Começar…»
(Almada Negreiros, numa conferência proferida por Jorge de Sena e dedicada, exactamente, a Almada Negreiros, em 1969).
Começar, a última obra.
A gravura mural Começar, é a última grande obra de Almada Negreiros – “um trabalho obcecante” -, inaugurada em Outubro de 1969.
Com 12,90 m x 2,20 m, foi gravada em calcário polido, no átrio da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa). Almada acompanhou a sua execução, feita por uma equipa de operários especializados.
É um discurso geométrico: uma profusão vertiginosa de linhas e arcos, acompanhados por números e expressões matemáticas, num jogo de cores.
«Vou simplesmente dizer o título da obra que eu concluí, que é uma obra síntese de tudo o que eu fiz na minha vida: é a Geometria. O título é Começar…»
(Almada Negreiros, numa conferência proferida por Jorge de Sena e dedicada, exactamente, a Almada Negreiros, em 1969).
Começar, a última obra.
domingo, 24 de julho de 2016
Lisboa, 24 de Julho de 1833
«Christine,
Escrevo-vos de Lisboa liberta da tirania. Aqui cheguei (...) depois de ter ajudado a derrotar as forças inimigas à beira do Tejo que revejo após quatro anos e meio de ausência. Fomos recebidos com cortejos e aclamações, muitas bandeiras azuis e brancas, as cores da liberdade, e gente que nos cantava hinos de alegria, com perpétuas ao peito, fitas nos chapéus e flâmulas colgadas nas janelas. Houve excessos reprováveis, que a guerra está longe do fim e a lembrança do muito sangue que correu adubou os ressentimentos e os ódios. (...) Há ano e meio que deixei Paris, que calei a esperança de vos ver, de vos estreitar nos braços. Agora, que a liberdade está ao alcance de um derradeiro esforço, todas as grilhetas que me tinham prisioneiro do mundo velho eu as despedaço, com o vigor redobrado da minha razão e com todas as fibras do meu coração que, livre também, pulsa por vós.»
Escrevo-vos de Lisboa liberta da tirania. Aqui cheguei (...) depois de ter ajudado a derrotar as forças inimigas à beira do Tejo que revejo após quatro anos e meio de ausência. Fomos recebidos com cortejos e aclamações, muitas bandeiras azuis e brancas, as cores da liberdade, e gente que nos cantava hinos de alegria, com perpétuas ao peito, fitas nos chapéus e flâmulas colgadas nas janelas. Houve excessos reprováveis, que a guerra está longe do fim e a lembrança do muito sangue que correu adubou os ressentimentos e os ódios. (...) Há ano e meio que deixei Paris, que calei a esperança de vos ver, de vos estreitar nos braços. Agora, que a liberdade está ao alcance de um derradeiro esforço, todas as grilhetas que me tinham prisioneiro do mundo velho eu as despedaço, com o vigor redobrado da minha razão e com todas as fibras do meu coração que, livre também, pulsa por vós.»
Álvaro Guerra, A guerra civil
sábado, 23 de julho de 2016
Utopia
«Ideias e fantasias utópicas, como todas as ideias e fantasias, nascem de uma sociedade da qual elas são uma resposta. Nem o mundo antigo nem o moderno são entidades imutáveis, e qualquer análise do pensamento utópico que ignore as mudanças sociais no curso da história dos tempos antigos ou dos modernos corre o risco de errar muito em qualquer ponto. Não obstante, uma análise conceptual que, para começar, englobe todo o utopismo ocidental, ainda que en bloc, pode ser útil. (…)
A mera palavra utopia sugere que a sociedade ideal não é efectiva nem totalmente atingível. Apesar disso, toda a utopia significativa é concebida como uma meta em direcção à qual podemos avançar de modo legítimo e esperançoso, uma meta não num estado vago de perfeição, mas com críticas e propósitos institucionais específicos. A utopia transcende a realidade social conhecida; ela não é transcendental num sentido metafísico. Tudo isso é que diferencia as utopias sociais do Jardim do Éden, no qual incluo as várias imagens primitivistas, quer a sociedade perfeita, simples e inocente esteja localizada no passado remoto, numa Idade de Ouro, quer num local longínquo.»
Moses Finley, Utopismo antigo e moderno
Ninguém quer ser ouvido com os Trump
Rolling Stones, Neil Young, Aerosmith, Adele, Queen, representantes ou família de George Harrison e de Luciano Pavarotti... Não sei se mais alguém...
Como eu os compreendo: há mesmo gente a quem não gostamos de nos ver associados!
A filha de Donald Trump entrou no palco da Convenção Republicana ao som de Here comes the sun.
Os representantes de Harrison terão dito que aceitavam se... tivesse sido ao som de Beware of Darkness, onde Harrison canta
não querem as suas músicas ouvidas na campanha de Trump.
Como eu os compreendo: há mesmo gente a quem não gostamos de nos ver associados!
A filha de Donald Trump entrou no palco da Convenção Republicana ao som de Here comes the sun.
Os representantes de Harrison terão dito que aceitavam se... tivesse sido ao som de Beware of Darkness, onde Harrison canta
Estejam atentos, tenham atenção
Cuidado com os líderes gananciosos
Eles levam-te onde não deves ir
Isso sim!...A vida faz-se depressa...
«Pintura? Pintores? Os milhares de pessoas que, de segunda a quarta-feira, discutem no intervalo do trabalho a prova desportiva do domingo anterior e, de quarta-feira a sábado, a prova anunciada para o domingo seguinte; os milhares de pessoas que enchem os cafés e os estádios, que ficam em casa ou vão até à leitaria mais próxima para ouvirem o relato excitante que as emissoras transmitem, e às vezes repetem, pela voz dos locutores de que se conhece a altura, a cor dos olhos e a vida sentimental; os milhares de pessoas que procuram ansiosamente o primeiro cinema com lugares vagos para iludirem por duas ou três horas os amargos da vida ou o tédio mortal do tempo vazio, não sabem da existência de artistas nem dão pela sua falta. A vida faz-se depressa, as horas de ócio são poucas, a distracção é uma primeira necessidade. Há a praia no verão, o cinema, os parques de cavalinhos, as revistas condensadas, o futebol, novamente o cinema, novamente o futebol.»
E quando Mário Dionísio escrevia esta obra, que quereria antes que fosse "uma longa conversa", não havia sequer televisão.
Mudando as formas de ocupação dos tempos livres e de ilusão dos "amargos de vida ou o tédio mortal do tempo vazio", conhecesse Mário Dionísio os novos (ou a renovação dos velhos) meios de alienação - o futebol mantém-se, e a um nível elevado, mesmo sem os relatos ouvidos na leitaria mais próxima - e a essência do que escreveu manter-se-ia.
Venham as sanções...
Mário Dionísio, A Paleta e o Mundo (1956)
E quando Mário Dionísio escrevia esta obra, que quereria antes que fosse "uma longa conversa", não havia sequer televisão.
Mudando as formas de ocupação dos tempos livres e de ilusão dos "amargos de vida ou o tédio mortal do tempo vazio", conhecesse Mário Dionísio os novos (ou a renovação dos velhos) meios de alienação - o futebol mantém-se, e a um nível elevado, mesmo sem os relatos ouvidos na leitaria mais próxima - e a essência do que escreveu manter-se-ia.
Venham as sanções...
Excesso de estímulos
O modelo de sociedade que se continua alegre e inconscientemente a construir, ajudará à resposta.
Augusto Cury, no artigo Nunca tivemos uma geração tão triste dá pistas:
«Estamos assistindo ao assassinato colectivo da infância das crianças e da juventude dos adolescentes no mundo todo. Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos por meio do excesso de estímulos, sejam presentes a todo momento, seja acesso ilimitado a smartphones, redes sociais, jogos de videogame ou excesso de TV. Eles estão perdendo as habilidades sócio-emocionais mais importantes: colocarem-se no lugar do outro, pensar antes de agir, expor e não impor as ideias, aprender a arte de agradecer. É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que fiquem livres de transtornos psíquicos. Eles necessitam de gerir os pensamentos para prevenir a ansiedade. Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. Aprender a não agir pela reacção, no esquema ‘bateu, levou’, e a desenvolver altruísmo e generosidade.»
Augusto Cury
(com algumas passagens alteradas por uma "tentativa de tradução" do português do Brasil para o português de Portugal)
Não vale a pena agir a jusante.
Dispensa-se a "paranóia securitária".
Valia a pena pensar nisso...
(mas o capitalismo prefere que andemos a apanhar pokémones!)
(mas o capitalismo prefere que andemos a apanhar pokémones!)
sexta-feira, 22 de julho de 2016
Hopper
Edward Hopper nasceu a 22 de Julho de 1882.
A impressão do silêncio e do isolamento
«O grande homem é aquele que, no meio da multidão, mantém com perfeita doçura a independência da solidão.»
(Ralph Waldo Emerson)
A maçã podre (e a apologia da censura)
A Time de 22 de Julho de 1946, número censurado em Portugal
(a revista foi proibida, no nosso país, durante seis anos)
(a revista foi proibida, no nosso país, durante seis anos)
«Eu compreendo que a Censura moleste um pouco os jornais (...) mas não há dúvida de que a sua existência tem permitido uma segurança de trabalho e até uma liberdade de acção - o que parece contraditório mas não o é - que não vemos noutros regimes supostamente mais liberais (...). É preciso reconhecer que quem governa tem em relação ao interesse nacional responsabilidades graves que não pode trespassar a outros e nos casos duvidosos tem fatalmente de prevalecer o seu juízo.»
Salazar, discurso proferido na sede da União Nacional, em 1958
quarta-feira, 20 de julho de 2016
O valor zero do discurso
Um discurso que não é de quem o faz (diz) e que, mesmo assim, é copiado...
Que valor tem?
É tudo falso!
Dia Calouste Gulbenkian
Criada por testamento de Calouste Sarkis Gulbenkian, completou 60 anos a fundação que tem o nome do seu criador e como objectivo fomentar o conhecimento e a melhorar a qualidade de vida das pessoas através das artes, da beneficência, da ciência e da educação.
Repito: "fomentar o conhecimento e a melhorar a qualidade de vida das pessoas através das artes, da beneficência, da ciência e da educação."
Extraordinário, aquilo que pode melhorar a qualidade de vida das pessoas!...
Tanta gente distraída!
domingo, 17 de julho de 2016
É tudo muito duvidoso!
A velocidade a que se "tiram conclusões" (e fazem perseguições)...
Ou como a tentativa (?) de golpe militar foi um “presente de Deus” para... se "fazerem limpezas".
«O terrorismo islâmico, a guerra e a anarquia no Médio Oriente, porém, têm muito a ganhar com a absolutização do poder de Erdogan em Ancara. Ou seja, é impossível estar simultaneamente contra o terrorismo islâmico e temer pelo futuro político de Erdogan. A democracia não passa por aí, mas também já pouco se sabe dela nesta União Europeia.»
Ou como a tentativa (?) de golpe militar foi um “presente de Deus” para... se "fazerem limpezas".
Tirando Erdogan,
quem festeja o quê?
«O terrorismo islâmico, a guerra e a anarquia no Médio Oriente, porém, têm muito a ganhar com a absolutização do poder de Erdogan em Ancara. Ou seja, é impossível estar simultaneamente contra o terrorismo islâmico e temer pelo futuro político de Erdogan. A democracia não passa por aí, mas também já pouco se sabe dela nesta União Europeia.»
sábado, 16 de julho de 2016
Mário Dionísio - 100 anos
Professor, pintor, escritor, ensaísta... Homem multifacetado,
Faria hoje 100 anos.
Procurem-no na Casa da Achada - Centro Mário Dionísio
Das grandes praças desertas com cinzas fumegantes
dos patamares suspensos onde o pranto gelou
das esquinas do horror que minou continentes
dissonante um sorriso
vem e cresce na noite
dissonante uma voz
voa e abre na noite
esta flor de surpresa Ainda é tempo.
(...)
Faria hoje 100 anos.
Procurem-no na Casa da Achada - Centro Mário Dionísio
Das grandes praças desertas com cinzas fumegantes
dos patamares suspensos onde o pranto gelou
das esquinas do horror que minou continentes
dissonante um sorriso
vem e cresce na noite
dissonante uma voz
voa e abre na noite
esta flor de surpresa Ainda é tempo.
(...)
Mário Dionísio, Dispersos no tempo
Aula de Mário Dionísio no Liceu Camões (1958) (a alunos que frequentavam o ano equivalente ao actual 6.º ano) |
Pintura representando a filha (Eduarda Dionísio), aos seis anos |
sexta-feira, 15 de julho de 2016
Rembrandt
«Rembrandt, mais talvez do que qualquer outro pintor, teve a sua visão, o seu sonho, se quisermos, do mundo que trazia dentro dele e do mundo onde viveu. Depressa sentimos que cada quadro, cada desenho, é um fragmento de um universo rembrandtesco a que pertencemos, mas secretamente e, na maioria dos casos, inconscientemente, como aos nervos, às artérias, aos glóbulos brancos e vermelhos que circulam na noite do corpo.»
Marguerite Yourcenar
Rembrandt nasceu a 15 de Julho de 1606
Pedimos desculpa por esta interrupção
Atentado de Nice...
Golpe de Estado na Turquia...
As sanções seguem dentro de momentos...
Esta é a questão premente para a Europa!
Golpe de Estado na Turquia...
As sanções seguem dentro de momentos...
Esta é a questão premente para a Europa!
Pois!... Há coisas que não dão jeito nenhum!
E há jornalismo que só serve para encher chouriços (e incentivar o uso do calão)!...
E a reprodução repetitiva, repetitiva, repetitiva, repetitiva... das imagens destes atentados só contribui para o sentimento de sucesso de quem os comete.
Da festa à tempestade - Cartas de Nice
De Bagão Félix, (por acaso) em Nice
«(...)
Um fio, um acaso, uma aragem pode separar-nos do local errado para uns e do local certo para outros. O sentimento de total discricionariedade. A interrogação sobre esta fronteira. A passagem de um mundo de incerteza e de risco para um tempo dos seus graus mais superlativos: a total imprevisibilidade e o medo pelo medo.
Estou a escrever estas breves palavras na manhã depois de um acto que nos faz interrogar sobre a face mais selvagem do ser humano e do horror da incivilidade destrutiva. Agora é o silêncio nesta bela avenida, apenas interrompido pelos aviões na aproximação ao aeroporto e pelas sirenes das ambulâncias.
O que mais retenho na minha mente e no meu coração é imaginar meninas e meninas que observei naquelas horas, tão felizes agora roubadas nas suas vidas de esperança. E, sempre, a inquietude e interrogação sobre o que chamamos o acaso, o destino, o fado. E eu que tenho fé, pergunto-me: porquê, meu Deus?»
Mon cher André,
Ta lettre m’a fait bien plaisir. Soigne-toi bien. Ecris-moi un mot de temps en temps […] Salue bien Nice de ma part.
Va manger des pâtes chez Guys aux Ponchettes, dans le Vieux Nice, des sanguins à la cave de Falicon, de la daube chez Boutteau, rue Colonna d’Istria, les raviolis à la blette chez la Bicon, au fin fond de la Promenade desAnglais. Dessine et même, si tu as le temps, peins un peu selon ton sentiment une figure entrouverte ou une voile sur la mer.
(André Rouveyre, desenhador/pintor/jornalista/ensaísta, amigo de Apollinaire e de Matisse)
Nas redes sociais, as pessoas recuperaram a bandeira francesa, já guardada no baú desde o último atentado.
Uma desgraça para nos recompor da aversão aos franceses manifestada na última semana.
«(...)
Um fio, um acaso, uma aragem pode separar-nos do local errado para uns e do local certo para outros. O sentimento de total discricionariedade. A interrogação sobre esta fronteira. A passagem de um mundo de incerteza e de risco para um tempo dos seus graus mais superlativos: a total imprevisibilidade e o medo pelo medo.
Estou a escrever estas breves palavras na manhã depois de um acto que nos faz interrogar sobre a face mais selvagem do ser humano e do horror da incivilidade destrutiva. Agora é o silêncio nesta bela avenida, apenas interrompido pelos aviões na aproximação ao aeroporto e pelas sirenes das ambulâncias.
O que mais retenho na minha mente e no meu coração é imaginar meninas e meninas que observei naquelas horas, tão felizes agora roubadas nas suas vidas de esperança. E, sempre, a inquietude e interrogação sobre o que chamamos o acaso, o destino, o fado. E eu que tenho fé, pergunto-me: porquê, meu Deus?»
(Expresso)
Matisse - Tempestade em Nice |
Ta lettre m’a fait bien plaisir. Soigne-toi bien. Ecris-moi un mot de temps en temps […] Salue bien Nice de ma part.
Va manger des pâtes chez Guys aux Ponchettes, dans le Vieux Nice, des sanguins à la cave de Falicon, de la daube chez Boutteau, rue Colonna d’Istria, les raviolis à la blette chez la Bicon, au fin fond de la Promenade desAnglais. Dessine et même, si tu as le temps, peins un peu selon ton sentiment une figure entrouverte ou une voile sur la mer.
Carta de Apollinaire a André Rouveyre (1916)
Matisse - Festival das Flores |
Nas redes sociais, as pessoas recuperaram a bandeira francesa, já guardada no baú desde o último atentado.
Uma desgraça para nos recompor da aversão aos franceses manifestada na última semana.
terça-feira, 12 de julho de 2016
segunda-feira, 11 de julho de 2016
Que não haja filhos e enteados
Logo à chegada da selecção nacional de futebol, o Presidente da República recebeu e condecorou os jogadores e a equipa técnica com o grau de comendador da Ordem do Mérito.
Nada contra.
Só espero que tenha a mesma atitude em relação às atletas que foram campeãs da Europa em atletismo.
E todos os que vençam provas deste nível, qualquer que seja a modalidade.
E todos os que vençam provas deste nível, qualquer que seja a modalidade.
Cherneman da Goldman Sachs
De revolucionário maoísta a chairman da Goldman Sachs, com passagem pelo cargo de mordomo na cimeira das Lajes.
Sigamos o cherne!
«O dr. José Manuel Durão Barroso vai ser presidente da Goldman Sachs International. É o culminar de uma linda carreira, iniciada nos bancos da universidade, onde abraçou a causa maoísta do MRPP, para não muito tempo depois aplicar tais ensinamentos à social-democracia, para onde se mudou de armas e bagagens, chegando a líder do PSD, primeiro-ministro acidental, a que se seguiu uma “tocata e fuga” para presidente da Comissão Europeia. Agora chega o reconhecimento da mais poderosa entidade financeira mundial. É obra!»
Como disse alguém, o problema não é Durão Barroso "ir para o privado", é ele ter trabalhado para privado quando desempenhava cargos públicos.
«Durão Barroso nunca foi um político, foi alguém que andou na política. Estar na política pressupõe ter como primeiro pensamento servir os outros. Ora, o sócio do Clube Bilderberg, o professor do Instituto Politécnico de Macau, o membro do conselho internacional da Ópera de Madrid, o chairman da UEFA Foudation for Children, o professor convidado da Universidade de Princeton, o homem do Institute of Public Policy de Belgrado, o consultor da McDonough, o administrador do The European, o presidente da Fundação do Palácio de Belas-Artes de Bruxelas, o copresidente do centro europeu para a cultura, o presidente honorário da European Business Summit, o administrador de mais uma série de conselhos e palestrante em tudo o que é sítio nunca esteve interessado em servir a comunidade. O homem sempre foi um facilitador.»
Sigamos o cherne!
«O dr. José Manuel Durão Barroso vai ser presidente da Goldman Sachs International. É o culminar de uma linda carreira, iniciada nos bancos da universidade, onde abraçou a causa maoísta do MRPP, para não muito tempo depois aplicar tais ensinamentos à social-democracia, para onde se mudou de armas e bagagens, chegando a líder do PSD, primeiro-ministro acidental, a que se seguiu uma “tocata e fuga” para presidente da Comissão Europeia. Agora chega o reconhecimento da mais poderosa entidade financeira mundial. É obra!»
Nicolau Santos, Expresso Diário, 8 de Julho
Como disse alguém, o problema não é Durão Barroso "ir para o privado", é ele ter trabalhado para privado quando desempenhava cargos públicos.
«Durão Barroso nunca foi um político, foi alguém que andou na política. Estar na política pressupõe ter como primeiro pensamento servir os outros. Ora, o sócio do Clube Bilderberg, o professor do Instituto Politécnico de Macau, o membro do conselho internacional da Ópera de Madrid, o chairman da UEFA Foudation for Children, o professor convidado da Universidade de Princeton, o homem do Institute of Public Policy de Belgrado, o consultor da McDonough, o administrador do The European, o presidente da Fundação do Palácio de Belas-Artes de Bruxelas, o copresidente do centro europeu para a cultura, o presidente honorário da European Business Summit, o administrador de mais uma série de conselhos e palestrante em tudo o que é sítio nunca esteve interessado em servir a comunidade. O homem sempre foi um facilitador.»
Pedro Marques Lopes, DN, 10 de Julho
Sigamos o cherne, minha Amiga!
Desçamos ao fundo do desejo
Atrás de muito mais que a fantasia
E aceitemos, até, do cherne um beijo,
Senão já com amor, com alegria...
Em cada um de nós circula o cherne,
Quase sempre mentido e olvidado.
Em água silenciosa de passado
Circula o cherne: traído
Peixe recalcado...
Sigamos, pois, o cherne, antes que venha,
Já morto, boiar ao lume de água,
Nos olhos rasos de água,
Quando, mentido o cherne a vida inteira,
Não somos mais que solidão e mágoa...
Alexandre O'Neill
domingo, 10 de julho de 2016
A selecção ganhou a traça!
Depois da vitória da selecção nacional de futebol, sobretudo depois de alguma soberba francesa, apeteceu-me ouvir isto.
Quando se podia pensar que ia ser uma hecatombe...
"O patinho feio tornou-se bonito" (Fernando Santos)
Parabéns aos jogadores, que formaram uma equipa e...
ganharam a t(r)aça!
Como diz a estafada frase, “tudo o que não nos destrói, torna-nos mais fortes”.
quarta-feira, 6 de julho de 2016
Frida Kahlo
«Pintar completou a minha vida. Perdi três filhos e uma série de outras coisas, que teriam preenchido a minha vida pavorosa. A minha pintura tomou o lugar de tudo isso. Creio que trabalhar é o melhor.»
Frida Kahlo, nascida a 6 de Julho de 1907
A selecção do engenheiro
«Fernando Santos é engenheiro electrotécnico. É um homem da técnica e não da arte. O nosso engenheiro não tem um sistema de jogo, tem um sistema eléctrico.
(...)
Foi com este espírito e desta maneira que comecei a ver o jogo com Gales, através dos olhos de um engenheiro electrotécnico. Não queria voltar a aborrecer-me a ver um jogo da selecção. Penso ser esta a solução para se apreciar a nossa equipa das quinas.
(...)
O sistema táctico/eléctrico do engenheiro Santos voltou a funcionar bem e a energia chegou até à Torre Eiffel para a iluminar novamente com as cores de Portugal. Como se vê, isto de termos um engenheiro electrotécnico como treinador foi-nos muito útil para chegarmos à cidade luz. Esperemos que na final o sistema não vá abaixo por sobrecarga, que não se funda um fusível a ninguém, e não entremos em blackout. Agora diga-me caro leitor, pode ou não haver beleza num sistema eléctrico industrial?»
(...)
Foi com este espírito e desta maneira que comecei a ver o jogo com Gales, através dos olhos de um engenheiro electrotécnico. Não queria voltar a aborrecer-me a ver um jogo da selecção. Penso ser esta a solução para se apreciar a nossa equipa das quinas.
(...)
O sistema táctico/eléctrico do engenheiro Santos voltou a funcionar bem e a energia chegou até à Torre Eiffel para a iluminar novamente com as cores de Portugal. Como se vê, isto de termos um engenheiro electrotécnico como treinador foi-nos muito útil para chegarmos à cidade luz. Esperemos que na final o sistema não vá abaixo por sobrecarga, que não se funda um fusível a ninguém, e não entremos em blackout. Agora diga-me caro leitor, pode ou não haver beleza num sistema eléctrico industrial?»
José de Pina, Expresso
O texto está muito bom!
Júpiter
Apesar de ser o maior planeta
do sistema solar
se o puseres na água
fica a flutuar
Jorge Sousa Braga, Pó de Estrelas
Música à entrada do campo magnético de Júpiter
«Ouça o som arrepiante que Juno captou ao aproximar-se de Júpiter» - título do DN nas redes.
Na net, há muita coisa arrepiante, viral e lindona!
O arrepio sonoro de que se trata é o da gravação do momento em que a sonda Juno cruzou o campo magnético de Júpiter.
Diz o DN que «À medida que os ventos solares desaceleraram e aqueceram com a aproximação da sonda ao gigante campo magnético de Júpiter foi produzido o ruído agora recolhido pelo aparelho. A impressão sonora deste choque foi captada durante duas horas, o que é impressionante já que a sonda, nessa ocasião, estava a viajar a pouco mais de 240 mil quilómetros por hora (...) A magnetosfera jupiteriana , que é considerada a maior estrutura do Sistema Solar, é 20 mil vezes mais forte do que o campo magnético terrestre e está constantemente a ser "bombardeada" por partículas provenientes do Sol, os chamados ventos solares.
Ouça aqui a aproximação da sonda ao gigante gasoso do Sistema Solar»
Está feito o convite.
Na net, há muita coisa arrepiante, viral e lindona!
O arrepio sonoro de que se trata é o da gravação do momento em que a sonda Juno cruzou o campo magnético de Júpiter.
Diz o DN que «À medida que os ventos solares desaceleraram e aqueceram com a aproximação da sonda ao gigante campo magnético de Júpiter foi produzido o ruído agora recolhido pelo aparelho. A impressão sonora deste choque foi captada durante duas horas, o que é impressionante já que a sonda, nessa ocasião, estava a viajar a pouco mais de 240 mil quilómetros por hora (...) A magnetosfera jupiteriana , que é considerada a maior estrutura do Sistema Solar, é 20 mil vezes mais forte do que o campo magnético terrestre e está constantemente a ser "bombardeada" por partículas provenientes do Sol, os chamados ventos solares.
Ouça aqui a aproximação da sonda ao gigante gasoso do Sistema Solar»
Está feito o convite.
Eu já tinha ouvido qualquer coisa de semelhante aqui:
Há muitos anos que já fui a Júpiter!
(Timewind é de 1975,
ainda não tinhas nascido, Teresa)
Numa fotografia
Não sejas como a névoa, nem quimera.
Demora-te, demora-te assim:
faz do olhar
tempo sem tempo, espaço
limpo - do deserto ou do mar.
Eugénio de Andrade, O outro nome da terra
terça-feira, 5 de julho de 2016
Agenda cultural do Presidente
Por Trás-os-Montes, Marcelo Rebelo de Sousa esteve em duas inaugurações: a do Espaço Miguel Torga, em S. Martinho de Anta (Sabrosa), e a do Museu Nadir Afonso, em Chaves.
Miguel Torga e Nadir Afonso profetas na sua terra.
Em ambas, a presença dos arquitectos dos edifícios: Souto Moura e Siza Vieira.
E muita gente...
E que gente não falte para visitar esses espaços, conhecer a obra e manter a memória
Miguel Torga e Nadir Afonso profetas na sua terra.
Em ambas, a presença dos arquitectos dos edifícios: Souto Moura e Siza Vieira.
E muita gente...
E que gente não falte para visitar esses espaços, conhecer a obra e manter a memória
Não embarco em felicidades
Está na comunicação social:
"Chumbos descem em todos os anos de ensino"
«Últimos dados reportam ao ano lectivo de 2014/15, revelam uma descida generalizada da retenção, mas também a persistência de problemas: logo aos 7/8 anos de idade chumbaram 9,3% das crianças. E o 7.º [ano] é dos que mais dificuldades causam aos alunos. No secundário, há um recorde positivo.
"Chumbos descem em todos os anos de ensino"
«Últimos dados reportam ao ano lectivo de 2014/15, revelam uma descida generalizada da retenção, mas também a persistência de problemas: logo aos 7/8 anos de idade chumbaram 9,3% das crianças. E o 7.º [ano] é dos que mais dificuldades causam aos alunos. No secundário, há um recorde positivo.
Depois de três anos a subir na maioria dos anos de escolaridade, os chumbos voltaram a descer, revelam os dados mais recentes, relativos a 2014/15. E, desta vez, a queda deu-se em todos os níveis de ensino. No secundário, a taxa de retenção global ficou pela primeira vez abaixo dos 20% (18,3%). E nos três ciclos do ensino básico, há a destacar a melhoria acentuada no 9.º ano: os 10,6% são também um recorde nas últimas duas décadas.» (Expresso, ontem)
Nuno Crato está feliz. Era ele o Ministro da Educação, é natural.
E, naturalmente, atribui à sua "política de exigência" o mérito desta melhoria dos resultados.
No meio deste arremesso de números, não embarco em felicidades!
Houve uma melhoria dos resultados? É bom. Ainda bem que não pioraram.
Se piorassem a culpa era dos professores.
Como melhoraram, o mérito deve ser da política educativa.
As criancinhas... deixai-as estar!
Os números escondem sempre realidades pouco dadas... a números. Ou que os ultrapassam - a realidade é uma coisa muito grande! E espantosa!
Estes resultados não são, na sua grande maioria, dos mesmos alunos que andaram a fazer subir os chumbos nos últimos três anos? O que é que lhes deu, em 2014-2015, para os resultados melhorarem? A exigência do Nuno Crato? Ao fim de três anos de exigência incompreendida, os alunos concluíram que nada podiam fazer contra o rigor de Nuno Crato e encheram-se de brio? Não terão as provas (finais, de exame) sido mais fáceis?
O que acontecerá aos resultados deste ano, em que não houve provas finais no 4.º e no 6.º ano? Se os resultados melhorarem, ainda têm a ver com a (considerada) política de rigor e de exigência em que esses alunos viveram nos últimos anos ou terão a ver com a (considerada) política de facilitismo do actual ministro, a que os alunos se habituaram nos últimos meses?
Os números podem ser manobrados e permitir múltiplas leituras. Incluindo as políticas. E as jornalísticas, assim tipo conversa de café...
A mesma comunicação social que exulta com estes resultados escandalizava-se, há poucos dias, com a passagem de ano de um aluno que apresentava 7 níveis negativos. Mas a lei actual (e a filosofia subjacente) que permitiu aquela transição de ano é a mesma do tempo de Nuno Crato. Que distância vai do apregoado rigor de um ministro ao apregoado facilitismo de outro?
Espantosa realidade por espantosa realidade, prefiro Alberto Caeiro.
Nuno Crato está feliz. Era ele o Ministro da Educação, é natural.
E, naturalmente, atribui à sua "política de exigência" o mérito desta melhoria dos resultados.
No meio deste arremesso de números, não embarco em felicidades!
Houve uma melhoria dos resultados? É bom. Ainda bem que não pioraram.
Se piorassem a culpa era dos professores.
Como melhoraram, o mérito deve ser da política educativa.
As criancinhas... deixai-as estar!
Os números escondem sempre realidades pouco dadas... a números. Ou que os ultrapassam - a realidade é uma coisa muito grande! E espantosa!
Estes resultados não são, na sua grande maioria, dos mesmos alunos que andaram a fazer subir os chumbos nos últimos três anos? O que é que lhes deu, em 2014-2015, para os resultados melhorarem? A exigência do Nuno Crato? Ao fim de três anos de exigência incompreendida, os alunos concluíram que nada podiam fazer contra o rigor de Nuno Crato e encheram-se de brio? Não terão as provas (finais, de exame) sido mais fáceis?
O que acontecerá aos resultados deste ano, em que não houve provas finais no 4.º e no 6.º ano? Se os resultados melhorarem, ainda têm a ver com a (considerada) política de rigor e de exigência em que esses alunos viveram nos últimos anos ou terão a ver com a (considerada) política de facilitismo do actual ministro, a que os alunos se habituaram nos últimos meses?
Os números podem ser manobrados e permitir múltiplas leituras. Incluindo as políticas. E as jornalísticas, assim tipo conversa de café...
A mesma comunicação social que exulta com estes resultados escandalizava-se, há poucos dias, com a passagem de ano de um aluno que apresentava 7 níveis negativos. Mas a lei actual (e a filosofia subjacente) que permitiu aquela transição de ano é a mesma do tempo de Nuno Crato. Que distância vai do apregoado rigor de um ministro ao apregoado facilitismo de outro?
Espantosa realidade por espantosa realidade, prefiro Alberto Caeiro.
A agenda da Comissão sobre os súbditos coloniais
«Maria Luís Albuquerque, afirma, com convicção, que, acaso fosse ela ainda a ministra das Finanças, a pressão sobre Portugal não seria a mesma, a hipótese das sanções não se colocaria. E eu acredito piamente nela. A sério! Estou convicto de que, se se desse o caso da direita ter permanecido no poder, a Comissão não estaria a atuar como está. O que diz tudo sobre a "agenda" da Comissão. E diz alguma coisa sobre Passos Coelho e a sua equipa.» (Francisco Seixas da Costa)
«Há quem queira transformar alguns cidadãos europeus em meros súbditos, coloniais. E cá dentro, há quem queira ser bom aluno de tal estatuto do indigenato.» (José Adelino Maltez)
«Há quem queira transformar alguns cidadãos europeus em meros súbditos, coloniais. E cá dentro, há quem queira ser bom aluno de tal estatuto do indigenato.» (José Adelino Maltez)
E tinha os cofres cheios!...
domingo, 3 de julho de 2016
E no Open House deste ano... o complexo dos Coruchéus
"Banda" dos ateliers e da Galeria Quadrum |
Escultura de Dorita Castel-Branco |
No atelier de Ana Galvão
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