Em 1872 foi viver para o Porto, onde iniciou os seus estudos em Belas Artes.
Auto-retrato (1878) |
(...) Muito depressa, Pousão distancia-se do ensino académico e enceta uma pesquisa plástica independente, apurada num rigor compositivo muito próprio e no valor autónomo da cor, intensificada pela luz mediterrânica que encontra em Itália.
É um percurso fulgurante que será interrompido com a sua morte precoce, aos 25 anos de idade. Mas a excepcional produção que nos legou revela a surpreendente originalidade de um estudante promissor, que em pouco mais de quatro anos se torna num mestre da pintura portuguesa.»
Carlos Silveira, Henrique Pousão
Casas brancas de Capri (1882) |
Cecília (1882) |
«(...) Pousão, aprendiz libertado de academias e sem mestres na sua experiência mediterrânea, foi mais longe que qualquer outro pintor português da sua geração, no caminho de um esquema pictórico actual.»
José-Augusto França, A arte em Portugal no século XIX
Janela das persianas azuis (1883) |
Regressou a Portugal num estado de saúde já muito debilitado.
«Quando já não podia sair de casa, no final do ano de 1883, pinta um pequeno estudo, Aspecto da casa do primo Matroco. É uma pintura minuciosa e sensível, semelhante a uma estampa japonesa (...).
Os últimos dias passa-os acamado na sala de estar da casa, tuberculoso, pintando quadros de flores. Papoilas, margaridas, amores-perfeitos. Flores primaveris, que ele pedia a familiares que fossem buscar ao quintal da casa. E é assim que um promissor paisagista, um dos maiores pintores portugueses do século XIX, termina os seus últimos dias, pintando flores campestres.»
Carlos Silveira, Henrique Pousão
Aspecto da casa do primo Matroco Uma das suas últimas pinturas, em casa do primo Manuel Matroco (Vila Viçosa), onde viria a falecer, a 25 de Março de 1884 |
José-Augusto França, A arte em Portugal no século XIX
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