No meu primeiro ano na Escola Paulo da Gama, longínquo ano lectivo de 1985-86, estreei-me como Director de Turma.
A escola tinha, então, uma vedação em mau estado, a que o Ministério da Educação não acudia.
Um dia fui avisado que alunos da minha direcção de turma tinham saltado a rede para sair da escola.
Zeloso dos meus deveres, na primeira oportunidade inquiri a turma: "Quem se atreveu a saltar a rede?"
Os alunos foram honestos e tornaram difícil contar os braços que se puseram no ar.
Desconcertado, fiz a pergunta alternativa: "Quem é que não saltou a rede?"
Do conjunto de 27 alunos, só o David e o Luís Miguel puseram o braço no ar.
Nessa altura, alguém disse: "Não saltaram porque passaram por baixo!"
Ao contrário dos meus alunos, no recente caso de Tancos, as armas saíram pelo portão.
"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
também me parece mais fácil!
ResponderEliminaralguém pôs o braço no ar ?!
A propósito de Tancos, nenhum braço se levantou!
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