"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)
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Quando vejo um vazio imagino-o cheio de silêncio. E quando penso em silêncio lembro-me de um poema de Hélder Macedo:
ResponderEliminar"(Tive uma amiga que ambicionava escrever)
Tive uma amiga que ambicionava escrever
Poemas de silêncio
Trabalhou muito até que conseguiu
Organizar numa mesa de vidro transparente
Doze folhas brancas de papel em branco
Com uma jóia em cima de cada uma
Para cada amigo receber
O seu poema de silêncio
Quando fosse encontrada no robe branco
Da morte branca que nos oferecia
Cheguei a tempo de salvá-la
Fizeram-lhe a lavagem ao estômago
Não me perdoou a alma mal lavada
Nunca mais nos vimos
Viaja agora de país em país
Sem jóias sem poemas sem amigos
E telefona-me às vezes depois da meia-noite
Quando o silêncio raspa o vidro da janela"
Obrigado.
EliminarÉs uma amiga que me envias poemas de silêncio.
O vazio é... "cá dentro", na alma - dores que não querem ir embora!
P.S. - Curioso que tenha a ideia de já ter usado os dois primeiros versos por aqui.