"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sábado, 2 de junho de 2018

Um museu do outro mundo

Um "outro mundo" concebido por José de Guimarães para o Museu do Oriente.

Pontos de partida: o espólio do museu e as peças de arte chinesa da colecção do artista.
Oportunidade: a de criar um diálogo, incluindo obras da autoria do próprio José de Guimarães - um multiálogo.

A entrada na "sala branca" é um deslumbramento!... 


«José de Guimarães, no seu trabalho, procurou territórios, investigou realidades, confrontou-se com culturas, coleccionou memórias, apaixonou-se por artefactos, relacionou perspectivas emocionais, numa longa viagem de vida à volta do mundo, de Oriente a Ocidente, sem esquecer a África e a América Latina. Através da sua viagem, o seu trabalho fez o mapeamento de um território íntimo, quase ritualista e místico e ao mesmo tempo universal.»


«A sua pesquisa fala do local versus o global, fala do artesão e da arte, fala do profano e do religioso, fala do lugar e do genérico. A generosidade da obra de José de Guimarães é um respiro humano que nos leva nessa viagem pelos territórios e pelas culturas, às profundidades da nossa existência e das nossas emoções.»



A primeira sala, negra e escura, é construída numa sucessão de espaços oblíquos e intrincados. (…)



«A segunda sala é branca e sem limites. Um mundo que se prolonga pela eternidade ou, mais prosaicamente, pela cidade de forma contínua. (…) As personagens colocadas nesta cidade sem sombras confrontam-se como se tratasse de um diálogo através do vidro, dos reflexos e das transparências. Estão todos ali na sala a olharem para um infinito qualquer, sem um tempo ou um lugar específico.»




«Dentro deste espaço, o visitante perde os seus pontos de referência, a segurança da estabilidade retiniana. No arcano deste labirinto, qual Dédalo, José de Guimarães repensa as relações, as tensões, as forças de atracção e repulsa, os choques, entre objectos de diferentes tempos e diferentes culturas.»



Somos estranhos num lugar distante, “perdidos no labirinto do museu e da história”.



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