"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sábado, 30 de junho de 2018

Maio de 68 - 50 anos (22)

Leituras e heranças...

«Mais do que um movimento global, 1968 foi feito de 68 tão diversos (...)»
Manuel Loff


«Nos dez anos seguintes passou-se de uma "esquerda generalista" a "esquerdas especializadas": feminista, homossexual, ecologista, regionalista, anticonsumista, etc.»
Pascal Ory (historiador)

«A partir da década de 70, como herança dos eventos de Maio de 68, houve o ápice dos movimentos feministas. Essas mobilizações mudaram radicalmente os direitos das mulheres.»



«Graças a Maio de 68, houve uma importante evolução do sistema universitário e pedagógico na França. Antes, nas universidades as aulas eram dadas em grandes anfiteatros e somente o professor tinha palavra, depois foram introduzidas as salas menores, onde os estudantes poderiam participar.»
Julie Pagis (socióloga)

«(...) a reivindicação fundadora do 68 estudantil — a democratização do acesso à e da gestão da universidade, o ataque ao autoritarismo escolar e à pedagogia elitista — teve um evidente sucesso nos 30 anos que se seguiram a 1968 (...)»
Manuel Loff


«O movimento não era contra a sociedade de consumo, mas a favor dela» e teria preparado terreno para o capitalismo. 
Luc Ferry (filósofo)

Nicolas Sarkozy criticou a herança de Maio de 68 por ter liquidado a escola do mérito e do respeito e ter estabelecido as bases do capitalismo sem escrúpulos e sem ética.



«A tese mais comum sobre 68 (...) é a da vitória cultural mas derrota política. (...) Definir 68 como o embate entre uma vanguarda política e culturalmente criativa e um conservadorismo político e societal partilhado à direita e à esquerda, por burgueses e operários, é uma leitura tão intrinsecamente burguesa e liberal que ninguém nos 68 se atreveria a assumi-la.»
Manuel Loff


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