"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 10 de junho de 2018

José Rodrigues Miguéis - o espólio e a memória

É na Universidade de Brown (John Hay Library) que se encontra o espólio de José Rodrigues Miguéis, por iniciativa da viúva do escritor.
Pode-se espreitar aqui.

Rodrigues Miguéis morreu nos Estados Unidos (1980), onde se exilou por causa do salazarismo.
Uma cópia em microfilme de todo o espólio foi entregue na Biblioteca Nacional de Lisboa.

Segundo Onésimo Teotónio Almeida, que se preocupou com o destino do espólio e terá intervido na solução encontrada, "volta e meia vem gente de qualquer parte do mundo investigar" esse espólio.

A este professor se deve, também, a organização do Colóquio realizado no Padrão dos Descobrimentos, em Outubro de 2001 (centenário do nascimento do escritor), e a coordenação da edição das actas do mesmo, pela C.M. de Lisboa.

Já em 1981, um ano depois da morte de José Rodrigues Miguéis, Onésimo Almeida, no Centro de Estudos Portugueses e Brasileiros da Universidade da Brown, organizara um simpósio sobre o escritor e a sua obra.
As actas deste simpósio, com algumas adendas e actualizações, foi editado, também em 2001, pela Editorial Presença, com o título José Rodrigues Miguéis: Lisboa em Manhattan. E Onésimo Almeida volta a ser o coordenador da obra.

Por ocasião das comemorações do 10 de Junho, acredito que José Rodrigues Miguéis seja um nome lembrado, atendendo ao cenário em que se realizam nos EUA e a quem preside.
Será mais do que merecida essa lembrança de um escritor que viveu 43 anos nos EUA (com pequenas interrupções) e fez do exílio um espaço privilegiado da sua ficção, "tema dominante e obsessão dolorosa" (Eduardo Lourenço).
Um "exilado nostálgico" chamou-lhe Pedro Mexia, sobre quem, alguém disse, "nunca chegou a sair de Lisboa."

«Ninguém é profeta na sua terra - e muito menos na alheia.»
José Rodrigues Miguéis


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