"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quarta-feira, 14 de março de 2012

Segredos mal guardados

Aldeia da Pena
Já me aconteceu várias vezes viajar por recônditos locais, à procura de pequenos segredos, e pensar que a minha busca é única ou quase. Gosto de locais escondidos, longe das multidões. E gosto de me pensar original.
No regresso ao remanso do lar, verifico nos dias seguintes que esses locais são referidos amiúde na comunicação social. Afinal, não serão tão ignotos e há mais únicos a visitá-los. Teria andado distraído?

Pensamento positivo: andam atrás de mim! Fui eu que abri caminho, dando a conhecê-los.
Pensamento negativo: pensava ter o exclusivo! Já não é segredo, lá vai o maralhal dar cabo daquilo ou, pelo menos, acabar com o sossego.

O caso mais evidente foi o da Aldeia da Pena, para as bandas da Serra de S. Macário. No fundo mais fundo de um vale, com 8 habitantes (e nem todos a darem-se bem!) e uma estrada íngreme sem saída que não a do retorno, foi objecto de reportagem de um dos canais de televisão dias depois de eu ter lá estado.


Cliffs of Moher

Desde miúdo que tinha fixado na memória uma imagem da Irlanda, capa de um dos fascículos da Geografia Ilustrada: Cliffs of Moher.
Quando visitei a Irlanda, tinha de lá ir. Estradas estreitas, trânsito pouco, nunca mais se chegava, tudo batia certo com a imagem de um sítio inóspito, isolado, pouco propício à turba.
Santa ingenuidade! Eram centenas de pessoas. O local é de culto.

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