"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Padrão dos Descobrimentos - hoje e em 1940

1940...
Num mundo em guerra, o Portugal de Salazar celebrava a grandeza de uma Pátria que escapava às consequências físicas directas do conflito.
Era a exposição do Mundo Português, o mais importante acontecimento político-cultural do Estado Novo.
Celebrava os centenários: o da independência (arredondadamente 1140) e o da Restauração desta (1640).
Alguém tinha de captar o momento para o mostrar - os fotógrafos, claro! - aos portuguesinhos, primeiro, para saberem a sorte que tinham, ao mundo, depois, para os outros saberem que nós existíamos há uns séculos e que estávamos de (aparente) boa saúde. Para ficarem com inveja.

Inauguração da Exposição do Mundo Português
No Padrão dos Descobrimentos, durante mais uma semana, está uma exposição de fotografia sobre a Exposição de 1940. O local mais apropriado, ou não fosse o Padrão uma criação do regime para essa Exposição.
O Estado Novo em festa.

O 1.º Padrão dos Descobrimentos, precário, erguido
para a Exposição do Mundo Português.
O que hoje se encontra no mesmo local foi construído
em pedra, sobre uma estrutura de betão armado, e
inaugurado em 1960 (5.º centenário da morte do
Infante D. Henrique)
Sobre a Exposição de 1940, em A guerra e a paz, José-Augusto França dá-nos uma boa história ficcionada.



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