"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sábado, 21 de janeiro de 2012

Não será optimismo a mais?

Não estou a falar do que disse o nosso (salvo seja!) ministro das Finanças.

Esta semana a TVI apregoava que o optimismo ajuda ao sucesso:
«É uma notícia positiva em tempos de crise: a ciência provou que ser optimista ajuda, de facto, a ultrapassar momentos complicados e a ter sucesso na vida. Os números são impressionantes: um vendedor optimista, por exemplo, vende mais 40 por cento do que um pessimista.
Pessoas optimistas são mais felizes. Pessoas mais felizes confiam mais. E por cada 15% de acréscimo de confiança entre as pessoas há a subida de um por cento no PIB de um país.»

Mensagem num prédio do Bairro Alto

Não gosto de “calimeros” e a notícia traz uma brisa de optimismo, mas...
Não sei como é que se consegue ter tanta certeza quanto às percentagens das vendas e ao valor da subida do PIB. Estes números têm de ser vistos com cuidado, não basta um economista afirmá-lo. Os economistas são pessoas de muitas certezas quando são comentadores ou estão na oposição, mas enganam-se com a maior das frequências quando estão no Governo e põem a mão na massa (na verdadeira acepção), ajudando o PIB a descer.

E não esqueçamos que, por vezes, algum optimismo disfarça um pessimismo paralelo.

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