"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 28 de setembro de 2025

A 28 de Setembro de 1966, o Metro chegou aos Anjos

No dia 28 de setembro de 1966, foi oficialmente inaugurado o troço Rossio - Anjos do Metropolitano de Lisboa, um prolongamento de forte impacto na rede urbana.

Com cerca de 1,5 km, o novo troço acrescentou três estações: Socorro (actual Martim Moniz), Intendente e Anjos. As linhas do Metro perfaziam um total de 8,6 km, ligando 15 estações.


O revestimento azulejar da estação dos Anjos é da autoria de Maria Keil. Conjuntamente com o da estação Restauradores, constituem os únicos casos onde a autora incluiu elementos figurativos, afastando-se um pouco da orientação dada pelo Conselho de Administração, que obedecia à norma imposta pelo gabinete de Salazar.


Rogério Ribeiro foi o artista convidado para criar os revestimentos necessários quando da ampliação da estação e abertura do átrio Norte, em 1982, inovando a composição a partir do padrão base de Maria Keil que enquadra o átrio Sul.

Rogério Ribeiro já havia sido encarregue do revestimento da estação Avenida, por sugestão de Maria Keil.

A criatividade de Maria Keil, aliada à possibilidade de desenvolvimento de uma proposta barata e eficaz de colorir e caracterizar as estações, quando as verbas do Metropolitano estavam no vermelho, "animou", desde o princípio da construção do Metro, o projecto arquitectónico de Francisco Keil do Amaral, seu marido.

Até 1972-73, a decoração de todas as estações, à excepção da Avenida (já referida), foi da responsabilidade de Maria Keil.

Essas obras foram realizadas em parceria com a Fábrica Viúva Lamego, que passaria dificuldades.



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