"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 14 de setembro de 2025

17 anos para o PS começar a renegar a "Milú"!

O PS deu entrada a «um conjunto de iniciativas no Parlamento que mudam as regras de eleição das direcções escolares e fomentam a participação no associativismo estudantil.»

O deputado Porfírio Silva assegurou ao Público tratar-se de uma mudança para uma “escola mais colaborativa e participativa”. Destaca o facto de a direcção evoluir para um modelo colegial, “deixando de ser eleita pelo conselho geral e passando a ser eleita por assembleia eleitoral pelo conjunto da escola”. 

Maria de Lurdes Rodrigues, em Fevereiro de 2008, considerava que o [actual] decreto de gestão iria "reforçar as lideranças das escolas, através da afirmação de uma direcção unipessoal", permitindo responsabilizar os directores das escolas. O reforço das lideranças seria também concretizado com a escolha ou designação dos coordenadores dos órgãos intermédios de gestão escolar.* 

Passaram 17 anos, mas... o mesmo partido, duas filosofias opostas. 

De Maria de Lurdes Rodrigues não guardo saudades, pelo contrário!

Eu prefiro a escola mais colaborativa e participativa.

Agora, para Porfírio Silva, um dos motivos para esta alteração está relacionado com o facto de, “em muitos sítios”, existir “uma contaminação político-partidária local no conselho geral”, que é o órgão que, actualmente, elege o director dos agrupamentos ou das escolas não agrupadas.

Se a contaminação político-partidária existe será apenas a partir da presença dos representantes das autarquias no Conselho Geral ou também das interferências permitidas no âmbito da transferência de competências para os municípios na área da educação?

O PS também irá renegar a municipalização das escolas do 2.º e do 3.º ciclo, que se desenhou, igualmente, no tempo de Maria de Lurdes Rodrigues?

O PS até tem - irá continuar a ter? - a maioria das câmaras. Reconhece erros próprios? 


* Este último ponto não sabemos como está pensado, se está, nas novas propostas do PS.

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