"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Só saem duques!...

Não li a entrevista...


... fiquei a pensar o que seria um ministro das Finanças mão-de-vaca (sem aspas).
Alguém que trata as finanças com os cascos?
Alguém que não abre a mão (um agarradinho ao dinheiro, tipo Tio Patinhas)?

Procurando o significado, encontrei


Acho piada à forma como evoluiu o "tratamento" dado ao ministro das Finanças, da sua tomada de posse ao momento actual.

Começou por ser tratado como um "Zé Pateta" (tem o seu ar de Zé Colmeia - reconhecível para quem tem idade de se lembrar desta personagem), de quem muitos se riam, convencidos de que iria ser engolido (em várias acepções da palavra).

Acabou por se revelar o contrário, causando erisipela a muita gente - quer aqueles que contestam a sua política de austeridade aplicada aos diferentes ministérios, quer os defensores da política austeridade dos tempos da troika, onde se inclui João Duque* (por inveja de não serem "eles" a apresentar os números que Mário Centeno tem conseguido). 

Centeno evoluiu de motivo de chacota, sistematicamente questionado, a personagem (quase) inquestionável -já não é perseguido por jornalistas amadores.


Mão de vaca gastronómica já vi em vários livros de receitas: mão de vaca guisada, mão de vitela com molho de vilão, mão de vitela de fricassé, mão de vitela frita, mãos de vitela à minut, mão de vitela guisada à portuguesa, mão de vaca com grão, geleia de mão de vaca... 



*João Duque, nos tempos do Plano Inclinado, estava sempre de acordo com a política mão-de-vaca defendida por Medina Carreira.



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