"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sábado, 23 de fevereiro de 2013

À menina que afixa azulejos

Os azulejos com "mimos" que afixas nos meus muros - ou um simples sinal vosso - parecem-me lembranças de sonhos.

As mudanças no mundo em que vivemos e trabalhamos - a nossa vidinha - são tão grandes que, quando páro a pensar, nem acredito que era apenas há uma década e meia que nos encontrávamos na escola, trabalhávamos - ainda sem net! - e nos conseguíamos divertir. Foram tempos felizes e, acho eu, em que conseguimos ser felizes, vocês e eu.
Vivíamos uma época de esperanças.

Hoje, chega a haver momentos em que tenho a estranha sensação de viver fora da realidade, ou de viver uma realidade que me é estranha. Mas este é um país estranho que, estupidamente, consegue escolher ETs para nos (des)governar.
Alguém viveu acima das suas possibilidades e nos estragou a vida. Matou a esperança.
Às vezes, vejo-vos por "rios tristes" que não merecem, sem oportunidade de mostrar o que é o vosso valor.
O país vai hipotecando o futuro - o seu (colectivo) e o de todos.

A Escola sem alma - triste retrato do país - é um esforço, doloroso, para todos e eu já dispensava esse esforço.
Faz hoje 30 anos que comecei a ser professor. Mas, neste filme, já nem sei bem qual é o meu papel.
Houve alguém que deu cabo "disto". E não foram vocês, nem fui eu.

P.S. - Mesmo que não comente ou cole os likes da ordem, não sou insensível aos "azulejos".
Beijinho

Sem comentários:

Enviar um comentário