"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

José-Augusto França faz 90 anos

Também José-Augusto França faz - neste caso, faz mesmo, felizmente - 90 anos.
Está vivo e parece que se recomenda!

A Biblioteca Nacional inaugurou uma exposição bibliográfica com 90 livros seus e JAF escreveu um Post-scriptum do autor no catálogo, fazendo um balanço das obras que publicou e... das que pensa publicar.
«(...) acha o autor que noventa anos de idade e setenta e cinco de escrita continuada bastam-lhe para se retirar da vida pública assim preenchida, com mais várias práticas profissionalmente correlativas, em sua biografia. Aqui, a presente exposição bibliográfica, com o paralelo VI Congresso Internacional da Associação Portuguesa de História de Arte marcam uma despedida que o autor muito sinceramente agradece. Sai ele, ao mesmo tempo, de Academias e outras instituições a que pertence e deixa práticas a que ainda se dá - mas voltará à Biblioteca Nacional para satisfazer curiosidades, ao Grémio Literário para almoçar e (isso sobretudo) ao Jardim da Estrela para o café das onze, e os patos e gansos familiares do lago, quando estiver ou vier a Lisboa, de um mais quieto lugar de Anjou que há quarenta anos usa...
Porém, o autor reserva-se publicar ainda três últimos livros que já escreveu, ou quase. Tratará um do decénio 1880-90, período do que disse algures ser, tal como o decénio de 1920-30 (de que já escreveu), momento em que Portugal terá "perdido a História", por assim dizer, e melhor então procurará explicar. (...)»

Fica aberto o apetite para o que serão novas obras de ficção de quem é um dos maiores historiadores de arte em Portugal (Amadeo e Almada Negreiros agradeceriam, se pudessem), crítico cultural, ensaísta, olisipógrafo, escritor (ficcionista), e tudo o mais que tenha a ver com intervenção cultural.
 
E porque lembrou o seu cantinho de Anjou, os mais entusiastas seguidores de Eça de Queiroz e, sobretudo, de Os Maias, gostarão, certamente, de A Bela Angevina, onde descobrimos a fonte inspiradora que está por detrás do romance de Eça.

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