"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Samis nas músicas do mundo

Mari Boine esteve de novo em Portugal, actuando no Festival de Músicas do Mundo (Sines).
Compositora e cantora sami (o povo da Lapónia), tornou-se mais conhecida depois da publicação de Gula Gula, em 1990, na editora que Peter Gabriel fundou para divulgação da chamada Worl Music - a Real World.

Divulgadora da cultura sami, a sua música, tendo raízes populares, evidencia muitas outras influências.
Mas tendo conhecido Lapónia (mesmo que pouco), foi ao ouvi-la no seu território que as suas canções fizeram todo o sentido.
A base é o Yoik, o canto tradicional sami, repetitivo, na linha dos cantos xamânicos, com a sua componente mística.

Para os curiosos que queiram conhecer uma aproximação ainda maior desse canto tradicional à música electrónica - num casamento perfeito, uma "trip xamânica" - aconselho que procurem na net Nils-Aslak Valkeapää, outro grande defensor da cultura sami, já falecido, com Esa Kotilainen, sobretudo Govadas (do CD Beaivi, Áhcázan) ou Eanan, Eallima Eadni (CD com o mesmo nome).
São composições com cerca de 30 minutos, autênticas viagens, a primeira com a percussão constante do tradicional tambor dos sami.
Estas músicas lembram-me os dias intermináveis, as estrelas sobre as nossas cabeças, os espaços infinitos que se abriam à nossa frente...

Por agora fica a proposta para ouvirem Mari Boine.



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