"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 6 de maio de 2012

Há alcatra

Não temos a pretensão de ser o Vila Joya, mas acho que cá por casa até se come bem, pelo menos para o meu gosto. (Eu sei que é um risco dizer isto, que o Sr. Passos pode saber e pensar em fazer pior!)
Com 3 gerações de mães presentes, hoje houve alcatra à moda da Terceira.
Dizer alcatra à moda da Terceira é pouco preciso: no livro em que nos baseamos - Cozinha Tradicional da ilha Terceira - encontram-se 10 receitas de alcatra. É quase uma por cada freguesia da ilha e ainda temos a Tia Gertrudes a contar como é que a faz. Mas as diferenças não são grandes e acertamos o tempero ao nosso gosto, partindo da alcatra à moda de St.ª Bárbara.
É caso para dizer, seguindo o ditado popular, "só nos lembramos de St.ª Bárbara quando se faz alcatra".


Na contracapa do livro de receitas vem a biografia do autor, Augusto Mateus. Reparei que, por coincidência, Augusto Mateus nasceu a 6 de Maio de 1921, em Angra do Heroísmo. Faria hoje 91 anos (faleceu em 2003).
Foi homem de muitos ofícios: escritor (muito ligado ao teatro - escreveu, encenou, produziu peças), jornalista, investigador da história e da cultura popular dos Açores, procedeu ao levantamento gastronómico dos Açores, do qual resultou a edição dos livros de cozinha tradicional de St.ª Maria, de S. Miguel e da Terceira e O peixe na cozinha açoriana e outras coisas mais.
Pelas receitas e pelas histórias que conta a propósito da gastronomia e dos hábitos dos açoreanos, estes seus livros são leitura obrigatória cá em casa.
Ajudam a comer e a viver melhor.

Sem comentários:

Enviar um comentário