"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Fotografar pardais, pintar o canto dos melros, as nuvens ou aves...

Embora possam voar, há pardais que têm atracção por meios de transporte. Deve ser a atracção pelo que não se tem.
A Fernanda fotografou um pardal na estação de comboios, eu fotografei outro, no terminal fluvial.
Sempre me atraíram os pássaros, ou porque voam ou porque cantam.

Júlio Resende, que ontem nos deixou, desejava pintar o canto do melro que andava pelo jardim da sua casa. Faltou-lhe o tempo.

Possivelmente aconteceu-lhe o mesmo que ao pintor de A última pincelada...

«Viveu em tempos um pintor que nunca conseguia acabar de pintar uma ave, fosse ela uma cegonha ou uma garça. Quando se preparava para dar a última pincelada, ela levantava voo.
E o pintor ficava muito tempo ainda a persegui-la com o pincel no céu azul...»
Jorge Sousa Braga, Os pés luminosos

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