"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sábado, 10 de setembro de 2011

As 800 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa

Em resultado do desafio que me foi proposto imposto, hoje já passei umas horinhas nas compras - encontrar alguns ingredientes foi difícil - e na cozinha - sou filho de alentejanos e adepto da slow food.
Por coincidência, foi o dia da apresentação das 7 Maravilhas da Gastronomia (Portuguesa, acrescento eu). Os gostos são sempre discutíveis e, não tendo nada contra as 7 eleitas - gosto de todas - tenho pena que as maravilhas se limitem a 7, deixando mais que muitas boas de fora.
Enfim, o Pastel de Belém é discutível: Não deveria ser Pastel de Nata? Porquê o produto de uma "casa" específica (uma marca)?
Açorda Alentejana - o princípio: os coentros pisados com alho e sal no azeite
 O Alentejo, que já só tinha a Açorda nas 21 finalistas, acabou por não ter qualquer dos seus monumentos gastronómicos reconhecido.
M.ª de Lourdes Modesto, que fez um excelente trabalho de levantamento do património culinário português, publicando Cozinha Tradicional Portuguesa (eu tenho a 13.ª edição, de 1995), dizia que "as oitocentas receitas escolhidas não bastam para esgotar todas as variantes do riquíssimo reportório culinário português".
Portanto, eu sou a favor das 800 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa... mais daquelas que ficaram de fora e que também não devem ser más. Porque variantes há muitas.
No livro Cozinha tradicional da ilha Terceira, só da tradicional Alcatra da Terceira são apresentadas 10 receitas.

Apesar desta riqueza nacional - teve piada o Mário Zambujal, mandatário da candidatura do Pastel de Belém, pedir ao ministro Miguel Relvas para não nos deixar a pão e água - o que estive a cozinhar é muito pouco português, embora historicamente justificável.
Esta mensagem é para verem que até sei umas larachas disto! Mas o meu gosto pela gastronomia é mais na qualidade de consumidor. O que eu prefiro mesmo é comer.

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