"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 20 de abril de 2025

A Páscoa. Que Páscoa?

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Em todos os lugares, seja de que país for, a tarefa desta Páscoa não deveria ser só celebrar os ritos, mas alterar o rumo das sociedades, a situação das vítimas da guerra, da fome, da falta de uma ecologia integral.

A questão que se nos devia impor é esta: este mundo não poderá ser de outra maneira? A própria noção de criação é a de colocar o mundo sob a nossa responsabilidade.

Não se pode perder de vista que só nos salvamos através da salvação dos outros, através da convivialidade, através de tudo o que faz do ser humano o companheiro do outro, o irmão do outro, porque "a expressão máxima do diálogo com Deus é sempre estender a mão a quem precisa".

O Crucificado, o rejeitado por uma coligação de interesses, abriu, a todos, o caminho e o processo da ressurreição. Jesus, ao perdoar aos próprios inimigos, ao entregar nas mãos do Deus vivo aqueles que o entregavam à morte, consumou a sua insurreição contra tudo o que degrada e separa os seres humanos, isto é, o poder do ódio, o poder da morte. A partir daquele momento Jesus Cristo era, é e será para sempre uma vida dada.

Que a celebração da Ressurreição de Cristo nos ajude a procurar os bons caminhos para vencer as raízes dos ódios que ensanguentam a terra.

A todos uma Santa Páscoa!»

Frei Bento Domingues, Público



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