"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Os 40 anos de "A um deus desconhecido" - A festa da Sétima Legião

Quatro décadas depois da edição de A um deus desconhecido (o seu primeiro álbum, 1984), a Sétima Legião voltou a reunir-se em palco, celebrando a música em comunhão (entre os elementos do grupo e entre este e o público), com energia e emoção.

Não me lembro de alguma vez ter visto o CCB num clima de festa tão grande - uma contagiante desbunda!


Com uma obra discográfica relativamente reduzida - 5 álbuns de temas originais - a Sétima Legião ressuscita periodicamente no seu universo singular, rentabilizando bem a sua produção musical, de forma a agregar um público que permanece fiel, embora evidencie, tal como os músicos, o "desgaste" do tempo: cãs, perda de cabelo, barriga proeminente... 

Os elementos da banda, diga-se, continuam a manter as suas qualidades musicais. 

Gostava de ver (re)editados em vinil os restantes discos, sobretudo o último de originais, Sexto Sentido (1998), que nunca conheceu, que eu saiba, a edição nesse formato.

Sexto Sentido é, para mim, uma das melhores peças de sempre da música popular portuguesa. 

Produzir os temas do disco ao vivo será, muito possivelmente, mais difícil, considerando os múltiplos samplers dos cantos e ritmos de trabalho do povo português recolhidos por Michael Giacometti utilizados no disco. 

No conjunto de composições também não existem aquelas que se possam considerar hits mais celebrativos, como Sete Mares ou Por quem não esqueci, para além do recurso a vozes femininas e, portanto, extra-banda.

Contentemo-nos com a ressurreição periódica do grupo e com os 5 sentidos disponíveis.


Com o vento


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