No caso de Camões, de que se queixa ele quando interrompe o poema das maravilhas da História para lembrar a mesquinha realidade que envenenava o presente de então?
Queixava-se da degradação moral, mencionava o vil interesse e "sede i[ni]miga" do dinheiro que a tudo nos obriga e evocava, entre os vários aspectos da degradação, o facto de sucederem aos homens de coragem, que tinham enfrentado o mar desconhecido, homens novos, venais, que só pensavam em fazer fortuna.
Mais do que isso, queixava-se da subversão do pensamento, queixava-se da falta da sociedade intelectual que resultava depois, na prática, na degradação dos actos do dia a dia.»
Do discurso de Lídia Jorge nas cerimónias do 10 de Junho de 2025
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