Na imagem difundida pela RDP, vê-se, parcialmente, o edifício da Emissora Nacional de Radiodifusão e o emissor de onda média, em Barcarena, construídos em 1933-34.
A rádio faz parte, mais do que a televisão, da minha vida diária. Há, pelo menos, uma telefonia em cada divisão (incluindo a casa de banho). Com a rádio me levanto e com a rádio me deito.
Hoje, tenho
acompanhado a emissão da Antena 1 comemorativa dos 90 anos da rádio pública
(com ou sem maiúscula inicial).
4 de Agosto de 1935 foi a data da inauguração das instalações da Emissora Nacional na Rua do Quelhas, com pompa e circunstância, embora a referência ao início das emissões oficiais remeta para o dia 1 de Agosto.
Salazar já discursara pela rádio durante o período experimental.
«Se não falha este pequeno aparelho que parece estremecer às menores
vibrações da minha voz, eu estarei falando neste momento à maior assembleia que
em Portugal alguma vez se congregou a escutar a palavra de alguém.»
A Emissora Nacional servia, então, de meio da propaganda política - era a voz do Estado Novo.
Mas... «admirar o Sr. Dr. Oliveira Salazar é muito mais fácil do que seguir-lhe as pisadas e aproveitar a sua lição - e daí a necessidade de relembrar ainda a alguns que o Estado Novo precisa do equilíbrio de todos os seus organismos.» Quem assim falava era Henrique Galvão, nomeado director da EN para a transformar numa instituição financeiramente viável, depois de os tempos experimentais, com a constituição/contratação de grupos musicais, terem desequilibrado as contas.
E com Salazar terminamos esta nota.
Convencido de que ainda era Presidente do Conselho - ou para o continuarem a convencer... - no dia do seu 80.º aniversário (28 de abril de 1969), no Palácio de São Bento, o cenário foi montado para Salazar agradecer "publicamente", através do microfone da EN, os cuidados médicos que recebeu.