"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 23 de novembro de 2025

Ele é Herberto Hélder

«Ele nasceu não num lugar, mas numa inquietação que atravessaria a sua existência inteira, uma respiração do mundo que só a poesia poderia decifrar.
Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu, eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia só para filmar Herberto no instante em que atravessava os pátios da Faculdade de Letras, onde estudava Filologia Românica. A câmara aproximar-se-ia devagar, quase com reverência, captando o jovem que escutava os murmúrios do mundo antes de o transformar em palavra viva. Ele caminhava como em “Os Passos em Volta”, atento a cada sombra, a cada pausa da luz sobre a pedra, como se pudesse sentir a língua do mundo a vibrar sob os seus pés.
Lisboa seria para ele um território de alquimia silenciosa. Jornalista, bibliotecário, tradutor, voz de rádio; (...)»
Luís Galego

Herberto Hélder nasceu a 23 de Novembro.



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