"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 8 de abril de 2018

São regras!...

«Nós temos regras burocráticas em Portugal, nomeadamente as regras de contratação da administração pública, que são perfeitamente inaceitáveis. Nós temos regras tão complicadas para executar uma despesa que depois temos estes projectos europeus e chegamos a um ponto de, às vezes, não conseguirmos executar o dinheiro que ganhámos nestes projectos, porque as leis nacionais nos impedem. (...) Desde o dia 1 de Janeiro deste ano é uma catástrofe! Há laboratórios que estão a parar. E não estamos a falar de Orçamento de Estado! Estamos a falar de dinheiros competitivos, que nó concorremos a projectos e ganhamos, projectos europeus que têm um prazo de execução. Se não gastarmos o dinheiro naquele prazo (...) tenho que devolver o dinheiro.»

(a propósito da bolsa de investigação recebida e aqui referida)



Como regras, ou critérios, são aquelas que se cumpriram no concurso aos apoios artísticos e, depois, os próprios promotores/criadores de regras reconhecem não serem as melhores. 

E quando as regras implicam dinheiro - a sua atribuição e controlo dos gastos -, normalmente em defesa da transparência, e não se simplifica, a ideia com que fico é que se pretende exactamente o contrário - complicar para que as coisas fiquem mais opacas.
Farto de responsáveis burocratas que enchem a boca de transparência.


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