"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

terça-feira, 12 de junho de 2012

Maria Keil e os azulejos do Metropolitano

Maria Keil - Auto-retrato

Maria Keil, recentemente falecida (10 de Junho), fez “milhares de coisas”, destacando-se no campo da ilustração para revistas e livros, com realce para as suas ilustrações de livros infantis, e na azulejaria.

Azulejos na Av. Infante Santo

São conhecidos os painéis de azulejo na Avenida Infante Santo, mas mais notórios foram os que criou para o metropolitano de Lisboa, trabalho que fez gratuitamente pelo facto de o seu marido, Francisco Keil do Amaral, ser o arquitecto responsável pelas estações. Das onze estações inauguradas no final de 1959, só a Avenida não tinha azulejos de Maria Keil.


Estação do Rossio, inaugurada mais tarde,
também com painéis de Mari Keil

Esses azulejos foram fabricados na fábrica de cerâmica Viúva Lamego e as composições eram abstractas, pois o Conselho de Administração do Metro e o próprio Salazar terão manifestado a sua oposição aos motivos figurativos.

Azulejos na Estação do Rossio

No momento em que, pelo motivo da sua morte, se recorda a obra de Maria Keil, convirá lembrar que o Metro de Lisboa, quando ampliou e modernizou as estações mais antigas, não se deu ao trabalho de salvaguardar painéis da artista, o que significou a sua destruição.

Sem comentários:

Enviar um comentário