"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 14 de dezembro de 2025

Nuno Rodrigues (1949 - 2025) - O Homem da Banda do Casaco

Nuno Rodrigues e António Avelar Pinho

Morreu hoje Nuno Rodrigues, nome importante da música popular portuguesa, umbilicalmente ligado à criação e desenvolvimento da Banda do Casaco, um dos seus grupos mais originais (até me apetecia escrever "o mais original").

«Nasci em Lisboa* a 14 de Fevereiro de 1949. Dia dos Namorados. Fiz alguma coisa, sonhei muito e ainda não sou o que vou ser. Enamorado por muitas ideias e poucas coisas: de muita música e de algumas mulheres. Os meus pais ainda hoje continuam a ser o meu chão e o meu tecto.» (Nuno Rodrigues, 2013)

Depois de algumas curtas experiências musicais, fundou a Banda do Casaco com António Avelar Pinho (andaríamos por 1972-73). Este escrevia as letras e Nuno Rodrigues construía as músicas, para além de ser, no início... o único músico! O primeiro disco, Dos Benefícios De Um Vendido No Reino Dos Bonifácios, foi concebido em 1973 (quando o que seria a banda ainda nem nome tinha... nem existia propriamente!), gravado em 1974 e editado em 1975, período difícil para um grupo desalinhado, numa onda diferente, com características experimentalistas.  

«A história da Banda do Casaco nunca foi bem entendida, nem pelos media, nem mesmo por muitos que estiveram ou passaram por ela. A Banda do Casaco, mais do que um grupo, sempre foi um projecto. Um conjunto de projectos.» (Nuno Rodrigues, 2013)

Segundo Nuno Rodrigues, passaram pela Banda 56 elementos. Foram editados 7 LPs de originais, entre 1975 e 1984. Os concertos dados foram muito poucos - os dedos das mãos chegarão para contá-los.

Vi a Banda do Casaco ao vivo, em Dezembro de 1977, fez ontem 48 anos. Foi um concerto organizado por associações de estudantes, entre elas a de Letras, para onde eu tinha acabado de entrar como aluno. Quase diria que foi o meu primeiro acto académico! As aulas, nesse ano lectivo, começaram em Fevereiro. Acabaram quando o 2.º ano já devia estar a começar!...

Os outros grupos seriam igualmente importantes
no panorama da música popular portuguesa. 

Nuno Rodrigues foi também produtor e editor musical (esteve ligado à Valentim de Carvalho e viria depois a editar nomes fundamentais da música portuguesa, como José Afonso, Júlio Pereira, Fernando Tordo, Luís Cília, Né Ladeiras...), tendo fundado a Companhia Nacional da Música, na década de 1990. Aí conjugava edição e distribuição, com loja própria (Rua Nova do Almada, onde antes fora a Sassetti), um catálogo nacional que incluía Amália Rodrigues e Júlio Pereira e representação de editoras estrangeiras, sobretudo da área da música clássica.


A criatividade e sentido de humor do Nuno Rodrigues, com a dos diferentes músicos que integraram o projecto, deu origem a uma música inspirada e inspiradora que bem se pode continuar a ouvir nos dias de hoje - libertem-na do esquecimento! 

Como escreveu uma amiga aqui há uns anos, "A Banda do Casaco é assim: o sítio onde o eterno e o que é de hoje se encontraram, onde o povo e Deus tomaram lugar. E eu não conheço outro som assim.»


* Meu conterrâneo: também nasceu em Benfica.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Em que ficamos?




Entrarem em negação é um bom sinal - começam a apodrecer.

 



Será à virtual?


Não me chateies que eu agora estou na Lua!





Cada um toca o que sabe...

Carlos Coelho, destacado militante do PSD (deputado no Parlamento Europeu durante muitos anos), no programa Geometria Variável, da Antena 1, transmitido no dia 14 de Novembro, afirmou:

«(...) os programas eleitorais não esgotam a totalidade das reformas que os governos querem fazer. Porque, em Portugal, convém dizê-lo com alguma humildade, mas também com uma grande dose de sinceridade, os governos não têm tido plataformas programáticas inspiradas exclusivamente pelos partidos, isto é, a reflexão dos programas dos governos não são exclusivamente inspirados pela reflexão dentro dos partidos. Muitas vezes dependem da iniciativa dos membros do Governo (...)

Aliás, nós recordamo-nos de uma crítica que foi feita aos governos do Prof. Cavaco Silva - o Prof. Cavaco Silva era dos primeiros-ministros mais afirmativos e de maior capacidade de liderança sobre o seu Governo e, em áreas sectoriais... recorda-me, por exemplo, da área da saúde, mas não era exclusiva, via-se a alteração significativa de medidas e de políticas quando mudavam os titulares dos governos, isto é, quando o ministro A era substituído pelo ministro B.

Portanto, a referência à vontade reformadora da pessoa que em cada momento está na pasta... [foi interrompido pela moderadora]

O que eu estou a dizer, com certeza, é que a Ministra do trabalho é uma académica reconhecida nesta área, talvez das académicas mais reconhecidas e, portanto, eu admito que haja aqui, também, uma componente muito pessoal, a sua convicção que as leis do trabalho são relevantes para que haja um salto de produtividade que o país reclama há várias décadas. Não é possível crescer economicamente sem trabalhar diversas áreas e a Ministra considera que uma delas é a área da legislação laboral.»

E assim chegámos aqui...

Vários economistas, em declarações ao Público, declararam: "Não há nenhum estudo económico que suporte as medidas que estão em cima da mesa."


Greve Geral - Solidário

Professor aposentado, estou solidário com quem está a fazer greve.

Contra a política laboral deste governo, uma greve política.

Todas as medidas de um governo, boas ou más, são, naturalmente, políticas. Todas as greves são, naturalmente, políticas.

Viva a política e viva esta greve! 


P.S.: Acrescento uma imagem


 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Bajoujices


Um prémio criado este ano pela FIFA, com destinatário afiançado.

Mesmo a propósito!

 

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Já só falta ouvir a hérnia e era importante

As melhoras do Presidente.

(Ao que dizem, já faz selfies com os outros doentes...)


Os 40 anos de "A um deus desconhecido" - A festa da Sétima Legião

Quatro décadas depois da edição de A um deus desconhecido (o seu primeiro álbum, 1984), a Sétima Legião voltou a reunir-se em palco, celebrando a música em comunhão (entre os elementos do grupo e entre este e o público), com energia e emoção.

Não me lembro de alguma vez ter visto o CCB num clima de festa tão grande - uma contagiante desbunda!


Com uma obra discográfica relativamente reduzida - 5 álbuns de temas originais - a Sétima Legião ressuscita periodicamente no seu universo singular, rentabilizando bem a sua produção musical, de forma a agregar um público que permanece fiel, embora evidencie, tal como os músicos, o "desgaste" do tempo: cãs, perda de cabelo, barriga proeminente... 

Os elementos da banda, diga-se, continuam a manter as suas qualidades musicais. 

Gostava de ver (re)editados em vinil os restantes discos, sobretudo o último de originais, Sexto Sentido (1998), que nunca conheceu, que eu saiba, a edição nesse formato.

Sexto Sentido é, para mim, uma das melhores peças de sempre da música popular portuguesa. 

Produzir os temas do disco ao vivo será, muito possivelmente, mais difícil, considerando os múltiplos samplers dos cantos e ritmos de trabalho do povo português recolhidos por Michael Giacometti utilizados no disco. 

No conjunto de composições também não existem aquelas que se possam considerar hits mais celebrativos, como Sete Mares ou Por quem não esqueci, para além do recurso a vozes femininas e, portanto, extra-banda.

Contentemo-nos com a ressurreição periódica do grupo e com os 5 sentidos disponíveis.


Com o vento


Deve dizê-lo mais perto e em voz alta

O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) criticou hoje o que considera ser “um total desprezo” em Portugal pelos temas da Cultura e a relação entre esta e o Turismo.
“Não posso deixar de denunciar o total desprezo a que estão votados os temas relacionados com a Cultura, e com a relação entre a Cultura e o Turismo, em Portugal”, afirmou Pedro Costa Ferreira, em Macau, no 50.º Congresso Nacional da associação.


quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Noiserv - 7305 no CCB

«Acho que sou optimista, mas, no mundo em si, e não querendo soar ofensivo, parece estar a haver uma estupidificação global na forma como as pessoas estão a avaliar o que está a acontecer à nossa volta. Se calhar porque vimos de um lugar em que a liberdade é um dado adquirido e não sabemos o que é o contrário dela. Ainda há pouco falávamos da importância de estar num sítio em que se diz bom dia às pessoas que encontramos a rua, sejam elas quais forem. Isto tem a ver com a empatia e com o cuidado que se tem pelo outro, mas o mundo está a entrar noutro lugar, um sítio de tal forma individualista… Eu posso continuar a ser sempre optimista, mas estão a começar a criar-se ondas que me fazem crer que isto ainda não atingiu o pico máximo. Ainda vai estupidificar mais.»

(noiserv em entrevista ao Público (20 de Novembro de 2025)

O concerto de ontem, no CCB, pareceu-me cheio de optimistas, felizmente. O concerto foi divertido e muito bom. One man show... com moderação. 

"Everything should be perfect even if no one's there"... mas a sala estava cheia.


quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Dia Mundial da Oliveira

Fiquemos com as oliveiras de Serpa!...

E molhemos "o panito no azête".



Com a verdade me enganas

Julho de 1975


(Sim, é ele!... Será no concelho de Loures...)


«Avançar e consolidar. É neste novo conceito (...) que é hoje graduado em coronel como comandante do Regimento de Comandos o major Jaime Neves, oficial verdadeiramente filho do povo, que nunca se envergonhou de o ser e que na dureza de uma carreira militar de prioridades operacionais em contacto directo com os que escolheram a mais dura e sacrificada forma de cumprir o seu serviço militar granjeou o respeito e a admiração, contribuindo ainda com a sua importante acção para a vitória sobre o fascismo na madrugada já histórica do 25 de Abril de 1974. (...)
Um novo regimento, devidamente comandado encontra-se ao serviço do povo para que possamos prosseguir a nossa caminhada para o socialismo.»
Carlos Fabião

«Duas palavras ainda para todos os camaradas do Regimento. Palavras de apelo a que todos tomem consciência das responsabilidades que nos cabem, pois são as unidades, e a nossa em especial, com a sua coesão, e sua disciplina e eficiência operacional que garantem a Revolução. São os militares nos quartéis com a sua organização, com o seu treino, com a sua consciência política que têm de cultivar permanentemente para terem em cada momento a certeza de colocarem as suas armas na defesa dos interesses do seu povo e em conjunto com as massas populares, garantem o evoluir do processo democrático para a construção de uma nova sociedade onde a exploração não tenha lugar, uma sociedade verdadeiramente democrática só possível quando não existirem classes (...)».
Jaime Neves

Excertos de discursos proferidos em 6 de Maio de 1975, quando da passagem do Batalhão de Comandos n.º 11 a Regimento e a graduação do major Jaime Neves em coronel (para assumir a chefia do Regimento).
Carlos Fabião ("perigoso revolucionário" saneado após o 25 de Novembro de 75) era chefe do Estado-Maior do Exército; Jaime Neves é (à falta de melhor) o herói da direita... pela sua acção no 25 de Novembro. 
À cerimónia militar assistiram, entre outros, Vasco Lourenço, Otelo Saraiva de Carvalho e Diniz de Almeida. 

E acabo com o deputado Paulo Núncio num mar de rosas brancas cravos vermelhos.
Não é IA, é a sessão comemorativa dos 50 anos do 25 de Novembro Abril, na Assembleia da República.



O 25 Novembro - perspectivas (José Pacheco Pereira)

Encontrei este vídeo, já com uns anitos, recuperado por alguém a propósito do 25 de Novembro e multipartilhado pelas redes.

Achei interessante, porque a sua interpretação dos acontecimentos do 25 de Novembro se mantém, coerente, com o que afirmou no passado fim de semana, combatendo "a mistificação política associada às comemorações do 25 de Novembro" que se espalhou por aí (Pontos nos ii do 25 de Novembro).



terça-feira, 25 de novembro de 2025

A Guerra das Rosas

Não a inglesa, entre os apoiantes da Casa de Lancaster e os da Casa de York.

A da nossa Assembleia da República, onde a alergia mórbida aos cravos vermelhos redundou, na cerimónia do 25 de Novembro, num mar de rosas... brancas, símbolo da pureza, da paz e da inocência.


Por entre as rosas, um raro momento em que AV foi apanhado com cravos vermelhos na mão (com vontade de os estralhaçar, esclareça-se!). Deve ter-se desinfectado logo de seguida...


Parabéns ao Eça!...

Esquecido entre as discórdias históricas e comemorativas, assinala-se hoje o 180.º aniversário do nascimento de Eça de Queirós.

O que diria ele do Portugal actual e das suas personagens mores?



25 de Novembro - Final do PREC, sinal do PREC

Os setores da direita, ao fim de 50 anos, sentiram-se institucionalmente com força para, num exercício de revanchismo, celebrarem o 25 de Novembro de 1975 como uma data relevante e minimizarem o 25 de Abril de 1974.

O labroste do Chefe do Governo não esteve para se chatear, lavou as mãos e delegou a festa no Ministro da Defesa, líder do partido menor da coligação.

O Ministro da Defesa, um boçal, encheu o peito de ar e arcou com a organização da gala, estimulando a manipulação da História, de forma a que até parece verdade que da direita tenham partido as acções decisivas do 25 de Novembro ou do processo que a ele conduziu.

O PS, que, na realidade, foi o partido vencedor do golpe ou contra-golpe das forças moderadas de esquerda ou centro-esquerda - destaque para o Grupo dos Nove, o Presidente da República (Gen. Costa Gomes) e Ramalho Eanes - nunca assumiu inteiramente o sucesso da sua acção pró-institucional/democracia liberal e parece ter vergonha da derrota causada à esquerda. Não se afirmou como vencedor e a vitória, agora, é cantada pela direita (que, à boleia, bastante beneficiou, pelo que se compreende a romaria).

As esquerdas à esquerda do PS foram derrotadas, não têm nada a celebrar no 25 de Novembro, a não ser... terem a liberdade de continuar a existir. Esquerdas no plural, porque havia grupos para todos os gostos e diferentes perspectivas. Dizer que, de um lado, havia o PCP e, do outro, havia os "esquerdistas", simplifica, mas há nuances (tal como a direita não era/é toda igual). Mas, para todos eles, o PREC entrou em falência!

As massas ululantes que agora, por vários meios, se manifestam à direita, acham bem que se celebre ardorosamente a data, pois vibram, sobretudo, com a derrota dos Abrilistas/Comunistas/Esquerdistas e outros nomes (esclarecedoramente) atribuídos a uma massa informe aos seus olhos, porque o sectarismo embisga as mentes, não me parece que muitos compreendam (ou queiram, sequer!) a complexidade do contexto histórico (político e militar) em que os acontecimentos se deram e nem me parece que conheçam os próprios acontecimentos. Alguns lamentarão não se ter chegado à interditação do PCP e de outras organizações de esquerda. A vontade de celebração, nestes casos, não se fica pelo 25 de Novembro : chegará ao dia 24 de Abril de 74! É o PREC - Processo Reaccionário em Curso.


Parece-me que ainda há factos no 25 de Novembro que não estão suficientemente claros quanto à sua génese, e duvido que alguma vez isso venha a acontecer: as fontes escritas não deixarão a verdade escarrapachada, o que alguns dos intervenientes contaram não esclarece a 100 por cento e muitos deles já não poderão (re)contar a(s) sua(s) verdade, a(s) qual(is), uns anos depois, também já teriam umas distorções, zinhas ou zonas, conforme os casos.

Há peças difíceis de encaixar no puzzle político-militar da época. As leituras não são uniformes e o quadrante ideológico de quem interpreta ajuda a divergi-las.

Os historiadores podem continuar o seu trabalho, de preferência sem as manipulações que enviesam a realidade.


domingo, 23 de novembro de 2025

Ele é Herberto Hélder

«Ele nasceu não num lugar, mas numa inquietação que atravessaria a sua existência inteira, uma respiração do mundo que só a poesia poderia decifrar.
Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu, eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia só para filmar Herberto no instante em que atravessava os pátios da Faculdade de Letras, onde estudava Filologia Românica. A câmara aproximar-se-ia devagar, quase com reverência, captando o jovem que escutava os murmúrios do mundo antes de o transformar em palavra viva. Ele caminhava como em “Os Passos em Volta”, atento a cada sombra, a cada pausa da luz sobre a pedra, como se pudesse sentir a língua do mundo a vibrar sob os seus pés.
Lisboa seria para ele um território de alquimia silenciosa. Jornalista, bibliotecário, tradutor, voz de rádio; (...)»
Luís Galego

Herberto Hélder nasceu a 23 de Novembro.



terça-feira, 18 de novembro de 2025

Arábia Saudita - Um exemplo em matéria de direitos humanos


Quando se promete aumentar o investimento nos EUA para um bilião de dólares e comprar caças F-35 norte-americanos, de certeza que estamos perante um caso exemplar do que quer que seja.

E o palhaço bobo do Ronaldo não se enxerga!...


Manuel António Pina - As palavras adoravam-no

 «Nunca tinha caído
de tamanha altura em mim
antes de ter subido
às alturas do teu sorriso.»
Manuel António Pina

"O Pina" nasceu a 18 de Novembro e até deu nome a árvores.


Jardim Botânico de Coimbra

«Para ele, as palavras eram bem mais do que signos, eram "seres deste mundo, insubstanciais seres, incapazes também eles de compreender, falando desamparadamente diante do mundo". (...) E as palavras, todas as palavras, adoravam-no - e voavam, deslumbradas, para ele.»

Álvaro Magalhães, Para quê tudo isto? Biografia de Manuel António Pina


Parolos, como sempre!


Por mim, podem todos ficar por lá!...


quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Dia da Gentileza

O que pode ser mais gentil do que um gigante com funny ways?


Gentle Giant, Funny ways


quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Neil Young, 80 lá cantam!...


Neil Young, figura icónica na história da música das últimas décadas, com uma das trajectórias mais autênticas, comemora hoje o seu 80.º aniversário.
Mantendo o espírito rebelde, ainda se encontra bem activo.

Keep on rockin' in the free world!


O jovem Neil (1971) cantando Old man look at my life...


sexta-feira, 7 de novembro de 2025

A importância de Sintra para o preço do cabaz alimentar...

Querer ser minimalista nas notícias dá nisto: uma mixórdia de temáticas!... 
Esta forma de informar deixa muito a desejar!... 

É criada a ideia de que o preço do cabaz alimentar voltou a subir pelo facto de o IL ter retirado a confiança política à vereadora de Sintra.


Joni Mitchell, 82.º aniversário

Joni Mitchell é a minha grande paixão musical pós-adolescência.

Só a conheci verdadeiramente em Shadows and Light, duplo álbum ao vivo, gravado em Setembro de 79 e editado um ano depois.

E que maneira de a conhecer, na sua fase mais jazzy, num disco que reúne um conjunto significativo das melhores canções dessa fase.

Já este ano - Setembro! - foi editada uma compilação de músicas suas (caixa de 4 CDs ou 8 LPs): Joni Mitchell Jazz, de homenagem a Wayne Shorter, que iniciou a sua colaboração com Joni em Don Juan's Reckless Daughter (1977).   

O disco inclui Summertime, gravado ao vivo no Newport Folk Festival, em Julho de 2023. Com quase 80 anos, Joni Mitchell regressara a este festival após a recuperação de um aneurisma cerebral que lhe afectara a fala (2015). 

Recupero Stormy Weather... Será uma das poucas interpretações em que não canta composições suas.


Muitos anos de vida para Joni Mitchell, com saúde e música!


Acumulações

Não consigo compreender como é que um Ministro pode/consegue/tem vontade de acumular esse cargo com outro(s) que, a meu ver, também têm um certo grau de exigência.

Não chegará a Fernando Alexandre toda a panóplia de problemas que a pasta da Educação lhe oferece?

Por muita capacidade de trabalho que tenha, não acredito numa dedicação ao exercício daquelas funções que não seja a 100%.

Não havia necessidade!
E não tem nada a ver com aquilo que muitas pessoas consideraram logo como sendo "uma acumulação de tachos", uma visão muito popular.


Formas de contrariar a desertificação do interior


Povoá-lo com painéis solares e paquidermes...


quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Não há nada a fazer

«A minha secretária é, em certo sentido, a imagem da minha vida. De vez em quando, procuro ceder aos imperativos de uma ordem que nos dirigiria para para a eficácia absoluta, para a economia radical de gestos, para a rigorosa racionalidade de comportamentos. Mas depois, quase sem dar por isso, as coisas entram-me pela secretária como me entram pela vida, sem bater à porta nem procurar poiso certo, entre as ideias do momento e os livros de sempre, a cavalo umas nas outras, como se o espaço lhes fosse pequeno, e isso é talvez porque, na minha vida, o tempo é curto para tanta coisa. Ficam ali, aparentemente esquecidas, pacientes e fiéis companheiras do sono, à espera que um dia um acidente qualquer provoque o acesso de arrumação que inexoravelmente lhes traçará o destino.

Não posso deixar de pensar que algumas dessas coisas mereceriam melhor destino que o cesto dos papéis, se ao menos eu fosse capaz de perceber a linguagem secreta que entre si murmuram, ao longo dos meses em que modesta e silenciosamente coabitam em cima da minha secretária.»

Não sei quem escreveu! Podia ter sido eu (se soubesse!...)



Peter Hammill, 77.º aniversário

A data explica o escorpião do seu ex-libris. 

Camaleão na sombra da noite, a sua voz muda da recitação para o murmúrio, para o grito, para a declamação... Teatral, também o timbre varia. 

Alguém apelidou as suas canções de "baladas dramático-sinfónicas".   

In the end

Prometo-te, não deixarei pistas:
nem denúncias, nem pegadas dos sapatos.
Quieta, uma vereda segura até à beira d'água -
manterei a minha palavra até ao fim:
tenho a intenção de ser livre.

(...)

Quando a minha boca se cansa
e não posso apelar para outra música,
deverei então olhar para trás e dizer
que fiz tudo
demasiado cedo?


segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Lô Borges (1952 - 2025) e o Clube da Esquina

Era numa esquina que adolescentes se reuniam para conversar ou tocar violão. 

Naqueles clubezinhos surgiam amizades para a vida inteira. Lô Borges, ainda adolescente, ficava horas com os amigos numa esquina próxima do prédio onde morava, com o seu irmão, Márcio, Milton Nascimento e outros. Era na esquina das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro de Santa Teresa, em Belo Horizonte, durante a década de 1960.


Desses encontros e dessas amizades nasceram os duplos álbuns Clube da Esquina (n.º 1 e n.º 2 - 1972 e 1978). O nome do grupo de amigos-músicos, que viria a ser o dos dois discos, foi posto pela mãe dos irmãos Borges (D. Maricota). 

«O disco Clube da Esquina foi um momento de grande criação de Milton, ele estava numa fase muito criativa, eu, iniciando a minha fase de compositor, muito criativa também, e acho que o grande barato desse disco, o que chamou atenção desse disco, até no mundo inteiro, foi exatamente esta mistura.» (Lô Borges). 

Lô Borges e Milton Nascimento

A sua música era, também, uma mistura de diferentes estilos. Muitos dos músicos envolvidos continuaram a colaborar e a criar música juntos.


O grupo e os discos tornaram-se emblemáticos.


Ontem morreu um dos fundadores do Clube da Esquina, o caçula Lô Borges.