"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

segunda-feira, 29 de dezembro de 2025

A vida das pessoas é que...

Recuamos a Fevereiro de 2014, para recuperar uma frase de Luís Montenegro, à época líder do grupo parlamentar do PSD.


Como sempre, o busílis é a vida das pessoas!...


Mourinho tem razão em contestar a arbitragem

Record online, ontem


ERA PENÁLTI!!!
(vá-se lá saber contra quem!...)
O árbitro não assinalou!
 

Um dos vencimentos está errado


Gerir o Metro será uma tarefa tão ou mais complexa que chefiar um Governo da República?


sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Uma questão de mentalidades

Eu quero um Primeiro-Ministro com outra mentalidade, menos pimba, mas ele é um labroste!

"Rural", assim o classificou Marcelo Rebelo de Sousa. Rural no sentido de pacóvio, digo eu, respeitando os rurais.

Do Cristiano Ronaldo quero o vencimento. Não quero a mentalidade egocêntrica!


Atrás de mim virá...

... quem bom de mim fará.

Marcelo a ser Marcelo.

Com o lote de candidatos... "cada cavadela, sua minhoca".

Que Deus nos acuda!


terça-feira, 23 de dezembro de 2025

As árvores e os livros

As árvores como os livros
têm folhas e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas.
 
E são histórias de reis, histórias de fadas
as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas,
no pecíolo, no limbo, nas nervuras.
 
As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas temperadas».
 
É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras.
Jorge Sousa Braga

Jorge Sousa Braga nasceu a 23 de Novembro Dezembro.


Estrabismo político

O plano inclina sempre para o mesmo lado...

Público, 23 de Dezembro de 2025


domingo, 21 de dezembro de 2025

River - Celebrar o Inverno

A ver fotos de Montalegre, no primeiro dia de Inverno, lembrei-me da Joni Mitchell a patinar no River...


It’s time to find a River to skate away on
❄️
Happy first day of Winter.
Photos by Joel Bernstein


Linda fetugrafia

Não está de acordo com a época, muito menos com o tempo que faz hoje, mas foi publicada há poucas horas no fb e apresenta, um pouco longe mas bem enquadrada na paisagem, a minha praia favorita: Praia Formosa, a na ilha de Santa Maria.

Como alguém escreveu nos comentários, "Linda fetugrafia"!


quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Raquel Soeiro de Brito - o assombro dos 100 anos

Há cinco dias, a geógrafa Raquel Soeiro de Brito - a primeira mulher a doutorar-se em Geografia (1955) e a 12.ª a doutorar-se em Portugal - cumpriu 100 anos de idade.

Tem uma longa e brilhante carreira, mantendo-se activa.

«A pessoa envelhece quando deixa de gostar da vida. Isso é muito mau, porque uma pessoa pode ser velha aos 100 anos, como pode ser velha aos 20. É muito complicada essa coisa de dizer “eu sou velha”.

Ao Público revelou um sonho não concretizado: “Gostava de ter ido à Lua.”


Destacou-se no acompanhamento que fez da erupção do vulcão dos Capelinhos, para além de outras "expedições" geográficas, sempre com o Prof. Orlando Ribeiro. 
«Porque o meu interesse era conhecer o mundo e as pessoas. E só se conhece o mundo e as pessoas com investigação. Conhecer o mundo através dos outros já é qualquer coisa, mas não é o nosso mundo. Um geógrafo precisa de ver o mundo pelos seus olhos. É preciso ter a capacidade - que nem toda a gente tem - de ver e de ouvir, para poder ser investigador.»


Considera que o estudo no terreno da erupção do vulcão dos Capelinhos, que filmou apaixonadamente, foi o momento mais espantoso da sua vida científica.
Do vulcão diz que “É um filhote, um filhote violento.”

«Tenho visto muitas coisas, mas com perigo iminente à minha frente, a uma distância como estou de si, foi só com este vulcão. É como um toureiro diante de um touro, que passa com a capinha e está mesmo nos cornos do touro. É uma sensação absolutamente de fascínio. Estava com a câmara virada e houve uma explosão lindíssima. Espantosa. Com aquela impetuosidade, houve uma quantidade de explosões que duraram quatro horas seguidas. Eu não tirava os olhos. Não podia sair, a ponto de os bombeiros pegarem em mim debaixo dos braços e me levarem.»



Regressou aos Capelinhos em 2021.


Abençoada vida!


Beethoven foi baptizado há 255 anos

Ludwig van Beethoven, nascido em Bona, em 1770, foi baptizado a 17 de Dezembro desse ano.

Certidão de nascimento não há, mas há o boletim de baptismo católico.

Um "concertozinho" de piano, por Maria João Pires (o n.º 3)


domingo, 14 de dezembro de 2025

Nuno Rodrigues (1949 - 2025) - O Homem da Banda do Casaco

Nuno Rodrigues e António Avelar Pinho

Morreu hoje Nuno Rodrigues, nome importante da música popular portuguesa, umbilicalmente ligado à criação e desenvolvimento da Banda do Casaco, um dos seus grupos mais originais (até me apetecia escrever "o mais original").

«Nasci em Lisboa* a 14 de Fevereiro de 1949. Dia dos Namorados. Fiz alguma coisa, sonhei muito e ainda não sou o que vou ser. Enamorado por muitas ideias e poucas coisas: de muita música e de algumas mulheres. Os meus pais ainda hoje continuam a ser o meu chão e o meu tecto.» (Nuno Rodrigues, 2013)

Depois de algumas curtas experiências musicais, fundou a Banda do Casaco com António Avelar Pinho (andaríamos por 1972-73). Este escrevia as letras e Nuno Rodrigues construía as músicas, para além de ser, no início... o único músico! O primeiro disco, Dos Benefícios De Um Vendido No Reino Dos Bonifácios, foi concebido em 1973 (quando o que seria a banda ainda nem nome tinha... nem existia propriamente!), gravado em 1974 e editado em 1975, período difícil para um grupo desalinhado, numa onda diferente, com características experimentalistas.  

«A história da Banda do Casaco nunca foi bem entendida, nem pelos media, nem mesmo por muitos que estiveram ou passaram por ela. A Banda do Casaco, mais do que um grupo, sempre foi um projecto. Um conjunto de projectos.» (Nuno Rodrigues, 2013)

Segundo Nuno Rodrigues, passaram pela Banda 56 elementos. Foram editados 7 LPs de originais, entre 1975 e 1984. Os concertos dados foram muito poucos - os dedos das mãos chegarão para contá-los.

Vi a Banda do Casaco ao vivo, em Dezembro de 1977, fez ontem 48 anos. Foi um concerto organizado por associações de estudantes, entre elas a de Letras, para onde eu tinha acabado de entrar como aluno. Quase diria que foi o meu primeiro acto académico! As aulas, nesse ano lectivo, começaram em Fevereiro. Acabaram quando o 2.º ano já devia estar a começar!...

Os outros grupos seriam igualmente importantes
no panorama da música popular portuguesa. 

Nuno Rodrigues foi também produtor e editor musical (esteve ligado à Valentim de Carvalho e viria depois a editar nomes fundamentais da música portuguesa, como José Afonso, Júlio Pereira, Fernando Tordo, Luís Cília, Né Ladeiras...), tendo fundado a Companhia Nacional da Música, na década de 1990. Aí conjugava edição e distribuição, com loja própria (Rua Nova do Almada, onde antes fora a Sassetti), um catálogo nacional que incluía Amália Rodrigues e Júlio Pereira e representação de editoras estrangeiras, sobretudo da área da música clássica.


A criatividade e sentido de humor do Nuno Rodrigues, com a dos diferentes músicos que integraram o projecto, deu origem a uma música inspirada e inspiradora que bem se pode continuar a ouvir nos dias de hoje - libertem-na do esquecimento! 

Como escreveu uma amiga aqui há uns anos, "A Banda do Casaco é assim: o sítio onde o eterno e o que é de hoje se encontraram, onde o povo e Deus tomaram lugar. E eu não conheço outro som assim.»


* Meu conterrâneo: também nasceu em Benfica.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Em que ficamos?




Entrarem em negação é um bom sinal - começam a apodrecer.

 



Será à virtual?


Não me chateies que eu agora estou na Lua!





Cada um toca o que sabe...

Carlos Coelho, destacado militante do PSD (deputado no Parlamento Europeu durante muitos anos), no programa Geometria Variável, da Antena 1, transmitido no dia 14 de Novembro, afirmou:

«(...) os programas eleitorais não esgotam a totalidade das reformas que os governos querem fazer. Porque, em Portugal, convém dizê-lo com alguma humildade, mas também com uma grande dose de sinceridade, os governos não têm tido plataformas programáticas inspiradas exclusivamente pelos partidos, isto é, a reflexão dos programas dos governos não são exclusivamente inspirados pela reflexão dentro dos partidos. Muitas vezes dependem da iniciativa dos membros do Governo (...)

Aliás, nós recordamo-nos de uma crítica que foi feita aos governos do Prof. Cavaco Silva - o Prof. Cavaco Silva era dos primeiros-ministros mais afirmativos e de maior capacidade de liderança sobre o seu Governo e, em áreas sectoriais... recorda-me, por exemplo, da área da saúde, mas não era exclusiva, via-se a alteração significativa de medidas e de políticas quando mudavam os titulares dos governos, isto é, quando o ministro A era substituído pelo ministro B.

Portanto, a referência à vontade reformadora da pessoa que em cada momento está na pasta... [foi interrompido pela moderadora]

O que eu estou a dizer, com certeza, é que a Ministra do trabalho é uma académica reconhecida nesta área, talvez das académicas mais reconhecidas e, portanto, eu admito que haja aqui, também, uma componente muito pessoal, a sua convicção que as leis do trabalho são relevantes para que haja um salto de produtividade que o país reclama há várias décadas. Não é possível crescer economicamente sem trabalhar diversas áreas e a Ministra considera que uma delas é a área da legislação laboral.»

E assim chegámos aqui...

Vários economistas, em declarações ao Público, declararam: "Não há nenhum estudo económico que suporte as medidas que estão em cima da mesa."


Greve Geral - Solidário

Professor aposentado, estou solidário com quem está a fazer greve.

Contra a política laboral deste governo, uma greve política.

Todas as medidas de um governo, boas ou más, são, naturalmente, políticas. Todas as greves são, naturalmente, políticas.

Viva a política e viva esta greve! 


P.S.: Acrescento uma imagem


 

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Bajoujices


Um prémio criado este ano pela FIFA, com destinatário afiançado.

Mesmo a propósito!

 

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Já só falta ouvir a hérnia e era importante

As melhoras do Presidente.

(Ao que dizem, já faz selfies com os outros doentes...)


Os 40 anos de "A um deus desconhecido" - A festa da Sétima Legião

Quatro décadas depois da edição de A um deus desconhecido (o seu primeiro álbum, 1984), a Sétima Legião voltou a reunir-se em palco, celebrando a música em comunhão (entre os elementos do grupo e entre este e o público), com energia e emoção.

Não me lembro de alguma vez ter visto o CCB num clima de festa tão grande - uma contagiante desbunda!


Com uma obra discográfica relativamente reduzida - 5 álbuns de temas originais - a Sétima Legião ressuscita periodicamente no seu universo singular, rentabilizando bem a sua produção musical, de forma a agregar um público que permanece fiel, embora evidencie, tal como os músicos, o "desgaste" do tempo: cãs, perda de cabelo, barriga proeminente... 

Os elementos da banda, diga-se, continuam a manter as suas qualidades musicais. 

Gostava de ver (re)editados em vinil os restantes discos, sobretudo o último de originais, Sexto Sentido (1998), que nunca conheceu, que eu saiba, a edição nesse formato.

Sexto Sentido é, para mim, uma das melhores peças de sempre da música popular portuguesa. 

Produzir os temas do disco ao vivo será, muito possivelmente, mais difícil, considerando os múltiplos samplers dos cantos e ritmos de trabalho do povo português recolhidos por Michael Giacometti utilizados no disco. 

No conjunto de composições também não existem aquelas que se possam considerar hits mais celebrativos, como Sete Mares ou Por quem não esqueci, para além do recurso a vozes femininas e, portanto, extra-banda.

Contentemo-nos com a ressurreição periódica do grupo e com os 5 sentidos disponíveis.


Com o vento


Deve dizê-lo mais perto e em voz alta

O presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) criticou hoje o que considera ser “um total desprezo” em Portugal pelos temas da Cultura e a relação entre esta e o Turismo.
“Não posso deixar de denunciar o total desprezo a que estão votados os temas relacionados com a Cultura, e com a relação entre a Cultura e o Turismo, em Portugal”, afirmou Pedro Costa Ferreira, em Macau, no 50.º Congresso Nacional da associação.