"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

terça-feira, 2 de abril de 2024

48 anos da Constituição, a morte do Padre Max e o MDLP

No dia 2 de Abril de 1976 foi aprovada a Constituição, após dez meses de trabalho da Assembleia Constituinte.

50 anos depois, Portugal voltava a ter uma Constituição democrática.

Não sei se pelo simbolismo da data, foi hoje que o Presidente da República deu posse ao XXIV Governo da República. 

N'A Capital de 3 de Abril, a Constituição era o centro - LIBERDADE E PROGRESSO.

Mas em baixo a notícia: "Bomba mata padre candidato da UDP e estudante". Ao fim de muitos anos, faltando provas concretas relativamente aos executores, o Tribunal absolveu os arguidos, apesar de admitir a responsabilidade do MDLP no atentado.

O MDLP era um movimento terrorista que tinha o objectivo de realizar um projecto subversivo com vista à sublevação armada da população para o derrube do Governo Português, responsável por ataques bombistas durante o "Verão Quente" de 1975. À comissão política do MDLP pertenciam Fernando Pacheco Amorim (tio de Diogo Pacheco Amorim, que também integrava o MDLP) e José Miguel Júdice (pai da agora Ministra da Justiça e comentador encartado).

Os elementos do MDLP (pelos seus bons contactos) foram escapando por entre os pingos de chuva. E o Cónego Melo, que também esteve envolvido com a organização terrorista, até teve direito a uma estátua erguida em Braga (2013), aprovada pelo executivo municipal liderado pelo socialista Mesquita Machado.


Vale que o autarca do PSD que sucedeu a Mesquita Machado aprovou a construção de um memorial de homenagem a Salgado Zenha, inaugurado a 25 de Abril de 2014, advogado de muitas figuras da Oposição durante o Estado Novo e uma das principais figuras do processo de democratização em Portugal.


Sem comentários:

Enviar um comentário