"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

As ilhas (re)conhecidas

Encontrei as minhas ilhas conhecidas nas notas e paisagens de Raul Brandão e nas fotografias de Jorge Barros.


«Este livro é feito com notas de viagem, quase sem retoques. Apenas ampliei um ou outro quadro, procurando sempre não tirar a frescura às primeiras impressões.»
Raul Brandão (1926)


«Sempre que regresso às ilhas atlânticas trago comigo o livro de Raul Brandão. Descubro na sua leitura sítios e situações - na luz e no silêncio -, coisas que me surpreendem, seduzem, fascinam.
Mas é o convívio humano - olhares, gestos -, e a sua generosa entrega, que me enriquece espiritualmente e que aqui procurei evocar.
O amor para com os outros é o melhor de nós. E é o melhor de nós que encontro no meio deste mar imenso.»
Jorge Barros (2011)


«A nossa última viagem foi aos Açores numa época (1926) em que quase não se falava ainda nesse lindo arquipélago, e Raul Brandão partiu com o carinho que sempre dispensava a qualquer obra que empreendesse (...)
(...) em todas as ilhas ficou um pouco do nosso coração.
Foi talvez esta a última viagem, que tanto nos encantou, a causa do avanço mais rápido da doença de Raul Brandão porque a sua saúde já era precária e o trabalho foi exaustivo, a aproximação constante do mar devia ter influído na depressão tão grande do seu coração.»
Maria Angelina Brandão, Um Coração e uma Vontade. Memórias (1959)


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