"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

segunda-feira, 3 de março de 2014

O Bulhão Pato... da lebre

Bulhão Pato desenhado por
Rafael Bordalo Pinheiro (1902)
Bulhão Pato (Raimundo António de Bulhão Pato), nasceu em Bilbau, a 3 de Março de 1828 (ou 29?), e morreu no Monte da Caparica, em 1912.
Em 1837, veio para Portugal com a família.
Quando passou a frequentar os meios literários, conheceu, entre outros, Garrett, Antero de Quental e Alexandre Herculano, tendo uma relação mais intensa com estes últimos, de quem nos conta vários episódios.
Poeta e ensaísta, cujo valor é questionado, por exemplo, por Vitorino Nemésio - "Poeta medíocre e escritor secundário", "em verso sentiu quase sempre como um amanuense de uma Secretaria de Estado" - dedicou-se também ao jornalismo, mas é como memorialista que mais se destaca... para além da receita de ameijoas que adoptou o seu nome, mas que não é sua.

A mais conhecida obra de Bulhão Pato - as ameijoas à Bulhão Pato - é, afinal, de João da Mata, proprietário de um restaurante com o mesmo nome, um dos muitos frequentados por Bulhão Pato. Em homenagem a este "gastrónomo de paladar apurado", João da Mata baptizou as suas ameijoas com o nome de Bulhão Pato.

As principais receitas de Bulhão Pato são de caça, nomeadamente a de Lebre... à Bulhão Pato. O próprio era caçador, actividade que o apaixonava.
Daí os menus que servia na sua casa do Monte da Caparica: a referida Lebre à Bulhão Pato, Perdizes à Castelhana, Arroz Opulento (com codornizes) e Açorda à Andaluza (sem caça, mas com azeite Herculano, ou para que servem os amigos?).

Bulhão Pato pintado por
Columbano Bordalo Pinheiro (1911)

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