"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

“Acerto de contas” ou “mãozinha” de Relvas?

Qualquer das hipóteses era dispensável.
Vão ser brevemente nomeados por concurso os novos directores dos museus nacionais. Acontece que, enquanto nos vários museus os actuais directores asseguram as funções até essas nomeações acontecerem pela nova tutela, resultante da fusão do Instituto dos Museus e Conservação (IMC) com o Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (IGESPAR), no Museu Nacional de Arqueologia, o director, Luís Raposo, foi substituído por alguém que irá desempenhar funções interinamente por um curto período.

Recordo que em Maio, o Museu ganhou o Prémio de Melhores Práticas Educativas, concurso que se realizou pela primeira vez a nível mundial.
Luís Raposo continua a ser, entretanto, presidente eleito do Conselho Internacional de Museus (ICOM) em Portugal e representante do sector dos museus no Conselho Nacional de Cultura.

Já em Janeiro a direcção do IMC o tinha afastado do cargo. Após recurso, o Secretário de Estado da Cultura reconduziu-o. Agora foi o Director Geral do Património Cultural, Elísio Summavielle, que o afastou.
Elísio Summavielle foi Secretário de Estado da Cultura no 2.º Governo de José Sócrates. Nesse período Luís Raposo já teve atritos com a tutela, nomeadamente pelas críticas à prevista transferência do Museu de Arqueologia para a Cordoaria. E, do que conheço de ambas as instalações, dou-lhe razão.
Agora, quando se aproximam as  nomeações no âmbito da nova estrutura (mais uma vez, “baralham-se” as estruturas e "voltam-se a dar”!) e tudo se ultrapassaria, por um curtíssimo espaço de tempo e sem qualquer proveito visível, o Museu terá um director interino.

Por coincidência, Luís Raposo foi o professor que, no curso de História da Universidade Lusíada, chumbou o ministro Miguel Relvas na disciplina de Arqueologia, a única disciplina que Relvas frequentou na sua meteórica passagem por aquele curso.

Brincando, brincando… Será que foi Miguel Relvas que instigou a demissão ou trata-se de um “acerto de contas”/”ódio de estimação”?

 

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