"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O Orçamento, os Partidos, o Jogo de Xadrez e Nós

O jogo de xadrez da vida dos cidadãos, jogado pelos políticos, é levado a um ponto em que estes já não se lembram do que está em causa, absorvidos pelo tacticismo e pelo desejo de vitória sobre o adversário.

Chegados a este ponto, o que é ou será a nossa vida já não interessa, já nem é lembrado. Só interessa a obsessão pelo jogo, entretanto, inútil.
Mais do que inútil, perigoso. Pelo que põe em causa.


Em O Sétimo Selo, Ingmar Bergman coloca a sua personagem principal (o cavaleiro) a jogar xadrez com a personificação da morte, à beira mar.
“Cada jogada torna-se um adiamento à morte do cavaleiro, e apesar de ele saber que irá morrer, tenta cada vez mais adiar a sua morte de modo a descobrir mais sobre a vida. Ele procura o Conhecimento (...)”

Ao menos, Bergman fez uma obra de arte.

Sem comentários:

Enviar um comentário