"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

terça-feira, 1 de outubro de 2024

Dia da Música

Com as compras de ontem, antecipei em 24 horas o Dia da Música.

Fica o registo de outro achado de há pouco tempo...

Há muito que lamentava a ausência, na minha discoteca caseira, de Em Busca das Montanhas Azuis. Deixei de ter razões para esse lamento!

Treze anos depois da edição do último disco de originais de Fausto, posso apreciar um tesouro esquecido da música portuguesa, do qual poucas faixas conhecia. 

A rádio pública, com as suas playlists, passa sempre as mesmas músicas, excepção feita a três ou quatro programas, geralmente semanais (de David Ferreira ou João Carlos Calixto, muito poucos mais).

Não dou conta que a televisão pública dê qualquer atenção à música, mas também é verdade que vejo pouca televisão.


Lamento a ausência da reedição discográfica da obra de Fausto (Bordalo Dias ou só Fausto), calculando, pela experiência de outros artistas portugueses, que haja múltiplos problemas de direitos e de sumiço das gravações originais. Luso-emaranhados!

Exemplar é a gestão dos arquivos de artistas como Joni Mitchell, Neil Young, King Crimson ou, com uma carreira tristemente mais curta, Sandy Denny.

Pode-se falar de comercialismo, de oportunismo, da exploração da galinha dos ovos de ouro, mas há edição de arquivos e os fãs - a quem essas edições especialmente se destinam -, mais dólar menos dólar, mais libra menos libra, para nós cambiados em euros, têm acesso a eles.

Mesmo que fique com uma dúzia de versões de Both Sides Now e de Who Knows Where the Time Goes ou 20 variantes de 21st Century Schizoid Man!



Recordar Fausto: E fomos pela água do rio


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