O sistema é complexo e envolve a impressão de um código na rolha, várias fotografias desta e passagem da informação para uma base de dados.
Essa base pode ser completada pelas informações que as empresas vinícolas que comprarem essas rolhas quiserem: origens do vinho, colheita, castas, data de engarrafamento, etc.
Suspeitas sobre o vinho que se esteja a consumir poderão ser esclarecidas pela análise da rolha por parte empresa vinícola.
Na Universidade de Aveiro, está a ser desenvolvida uma rolha de cortiça com um chip incorporado. Esse chip é capaz de dar informações sobre o vinho (ou outro líquido) engarrafado, como as datas de produção e de engarrafamento e também um registo das variações térmicas a que foi submetido.
Estas informações podem ser lidas por aparelhos como o smartphone.
O projecto está na fase de protótipo, havendo a ideia de integrar sensores que poderão da mais informações sobre o estado das bebidas.
Estas rolhas pretendem obviar à falsificação dos vinhos de topo e as rolhas com chip agradarão, certamente, aos bebedores mais exigentes.
A partir de agora, cá em casa, quando abrir um Château Lafite Rothschild ou um Richebourg Grand Cru, posso confirmar o seu pedigree e ter a certeza absoluta que não trocaram o precioso néctar por um humilde Camilo Alves ou Abel Pereira da Fonseca.
No futuro, as rolhas (como tudo, ao que parece) também serão rastreadas por GPS.
Os produtores vinícolas e de rolhas, o ministro das Finanças e o Director Geral dos Impostos, ficarão a saber onde e quando as "grandes" garrafas de vinho são abertas.
Escreveu Carlos Drummond de Andrade:
Respeito silencioso paira sobre a toalha.
A garrafa espera o gesto, o saca-rolhas espera
o gesto que há-de ser lento e ritual.
Ergue-se o pai, grão sacerdote prende a garrafa
entre os joelhos gira regira a espira metálica
até o coração do gargalo.
Não faz esforço não enviesa não rompe a rolha
É grave, simples, de velha norma.
(...)
Sem comentários:
Enviar um comentário