como se houvesse alguma coisa para dizer
um astro branco um astro negro
um astro de sangue
um cavalo atrás de uma árvore
tudo isto são palavras
Tudo
para dizer a mesma sede
insaciável
para enganar o silêncio
para fugir num navio branco
Como poderemos ser dignos de existir
sem o segredo que viaja nas nuvens
sem as pedras que respiram os montes
sem as nascentes que ascendem das portas proibidas?
António Ramos Rosa
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