Quando perceberem o que estão a fazer às escolas - e, por inerência, à educação - será demasiado tarde.
Também é legítimo pensar que o estão a fazer de propósito.
Sem a designação de Professores Titulares - tão cara à ministra Maria de Lurdes Rodrigues - são os que restam dos mais antigos (os que têm horas do Art.º 79), os mais "gastos" e mais fartos, os que menos perspectivas positivas têm do futuro - porque o seu futuro, em termos laborais, acaba já ali à frente, sem o brilho da esperança - são esses, repito, os professores que têm de levar as escolas às costas.
Os novos não entram ou não têm horas de redução para o exercício de cargos e para o desenvolvimento de projectos.
Não é injectado sangue novo no sistema.
Se as reduções da componente lectiva eram excessivas, passou-se ao outro extremo.
Ter horas de redução significa (antigu)idade, experiência, mas não garante, automaticamente, competências de coordenação/gestão/liderança. Antiguidade, hoje, está longe de significar dinamismo, porque a desilusão é grande.
A carolice que fazia mexer muitas escolas cedeu lugar aos novos modelos de gestão, que não acrescentam valor.
As escolas deviam funcionar na mistura de experiência, competência, vontade e dinamismo.
Essa mistura não existe.
Quando houver ruptura geracional no sistema, satisfaçam-se com os que tiverem nota mínima de 14 no exame de acesso à carreira.
Essa nota não garantirá praticamente nada nas competências didácticas, apenas na teoria.
A prova serve para questionar a própria formação inicial que é dada por instituições controladas pelo Ministério (o Estado nem em si próprio confia!).
E serve para reduzir o número de candidatos às vagas que possam surgir, tornando menos chocantes os números que anualmente são divulgados de candidatos sem lugar.
É um pouco como varrer o lixo para debaixo do tapete.
Não consigo não ficar indignada...
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