Busto de D. João V |
Lisboa ganhou um Patriarca.
E quem tem um Patriarca tem de ter uma Patriarcal.
O Patriarcado foi ganho em 1716, ano em que, por especialíssima graça, uma bula de Clemente XI dividiu o território da diocese de Lisboa em duas partes: o arcebispado de Lisboa Oriental, com sede na Sé de Lisboa, e o patriarcado de Lisboa Ocidental, com sede na Capela Real do Paço da Ribeira (Santa Igreja Patriarcal).
Em 1740, nova bula deliberou a união das duas dioceses, subalternizando o arcebispado: a sede da diocese seria fixada na nova Patriarcal, a catedral metropolitana, tendo à frente D. Tomás de Almeida, o 1.º Cardeal Patriarca de Lisboa.
No Paço Real concentrava-se o poder político e o poder religioso.
Essa importância tinha de se reflectir, na lógica ostentosa da época.
O enriquecimento com os lucros fabulosos do Brasil permitiu a D. João V o constante enobrecimento dos seus palácios, em termos arquitectónicos, artísticos e decorativos. E de Itália vinham arquitectos, pintores...
À frente dos programas joaninos o "grão Federico romão" - João Frederico Ludovice, "arquitecto por excelência do reinado, fiel depositário do gosto real e seu mentor imediato".
D. Tomás de Almeida |
A sua reforma mais sumptuosa ocorreu entre 1743 e 1746, depois de se ter tornado Patriarcal e da criação papal do título de Cardeal Patriarca.
A exposição A Encomenda Prodigiosa, no Museu Nacional de Arte Antiga, é sobre os projectos e as obras da Patriarcal, que tão pouco tempo estaria erguida na sua plenitude. O terramoto de 1755 deixou-a em ruínas.
Restou a sua "extensão", a Capela de S. João Baptista, na Igreja de S. Roque, onde a exposição se prolonga.
Curiosamente, o 1.º Cardeal Patriarca, D. Tomás de Almeida, também foi anteriormente Bispo do Porto, a exemplo de D. Manuel Clemente.
O Paço Real antes do terramoto (reconstrução virtual) -
filme exibido na exposição do Museu Nacional de Arte Antiga.
Áureos tempos para Portugal... Com "o enriquecimento com os lucros fabulosos do Brasil".
ResponderEliminarÉ sempre uma riqueza conhecermos um pouco mais sobre a história de Portugal, que é também um pouco a nossa.
Interessante este vídeo que possibilita imaginarmos como era Lisboa do 1755. Gostei de ver e saber.
;))