Na semana passada, estiveram em Lisboa, na Culturgest, entre outros investigadores estrangeiros e portugueses, 4 prémios Nobel da Medicina para discutir o futuro da ciência.
A comunidade científica portuguesa teve à sua disposição estes "craques" para perceber o que se passa na investigação a nível europeu e debater os problemas e possíveis soluções da ciência (e dos cientistas) em Portugal, nomeadamente o financiamento.
Todos (ou quase todos) os países europeus estão a atravessar dificuldades.
Da parte da organização foi afirmado que "este evento é uma forma de estimular todos a não desistirem da investigação científica. A motivação e o incentivo são das coisas mais importantes na vida de um cientista além da criatividade."
Será preciso que fique clara a utilidade da ciência para a sociedade e a necessidade de se financiar suficientemente a investigação.
No caso português, com o actual ministro das Finanças, será necessário fazer um desenho com legendas.
Este ministro, que desempenha as actuais funções como forma de retribuir ao país o elevado investimento feito com a sua educação, não parece preocupado, a julgar pela sua actuação, com a saída de Portugal de milhares de jovens qualificados.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, a taxa de emigração qualificada é de 20%, a maior da Comunidade Europeia.
Por um estudo do Tribunal de Contas, o custo de cada estudante, da entrada no 1.º Ciclo à saída do Ensino Secundário, representa 46.688,28 € para o Estado. Nem se entra em linha de conta com os custos das licenciaturas, outras formações superiores, bolsas, etc.
Vítor Gaspar não deixa que os jovens também possam retribuir o investimento feito na sua educação. Então, vão fazê-lo em países que nada tiveram a ver com a sua formação e que, portanto, os ganham de borla. Esses países ganham o capital humano que o Governo despreza. O Governo só valoriza o capital financeiro, é limitado, não tem visão periférica.
Esperemos que áreas da ciência que se desenvolveram fortemente nos últimos anos em Portugal, como as neurociências, a bioquímica ou a bioengenharia, possam continuar a contar com os financiamentos necessários e não se perca a evolução feita.
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