Mas, sendo Deus uma Entidade muito ocupada, apesar de todos os seus divinos poderes - e Deus deve andar mesmo muito ocupado -, torna-se necessário, respeitando as hierarquias, recorrer aos serviços desses quadros intermédios da empresa celestial, que são os santos.
Mais especializados que os assessores ou outros colaboradores do Governo - vulgo boys - o que não admira, pois estes não carecem de um demorado processo de canonização, os santos sempre têm dado resposta mais ou menos cabal aos pedidos que lhes são feitos, a julgar pelo tempo de serviço que apresentam e as distinções que continuam a receber da população anónima ou não tão anónima quanto isso, como é o caso do voluntário que ocupa o Palácio de Belém, que já invocou, no mínimo, Nossa Senhora e S. Jorge.
Pelo que é possível julgar, sem recurso a qualquer relatório de avaliação, cada santo no seu ramo específico continua a cumprir, sem quebras, subida de vencimento ou progressão na carreira, a função de que está incumbido. Mas a vida não está nada fácil e é natural que mesmo os santos passem por uma conjuntura pouco favorável ao seu desempenho.
Talvez por este motivo, congeminaram uma estratégia. Aparentemente, essa estratégia passa por encontrarem um santo disponível a arcar com as culpas do que não é bem conseguido, a responsabilidade das confusões que possam existir, a penitência de todos os pecados - o chamado santo expiatório.
Funciona como um pára-raios, à semelhança do que acontecia no Governo com o dr. Miguel Relvas.
E quem é esse santo sobre o qual recaem todas as acusações, o santo que todos nós podemos contestar?
É o Santo Contestável.
S. Contestável Com direito a bóia com o seu nome |
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