Será preciso fazer muito
para que a historiografia universal faça esse reconhecimento e altere “a sua
narrativa” tradicional quanto ao nascimento da ciência moderna.
Como escreveu Francis
Bacon (1620): «Seria lamentável se, neste nosso tempo em que as regiões do
globo material foram abertas e reveladas, o globo intelectual permanecesse
encerrado dentro dos estreitos confins das antigas descobertas.»
O seu alcance será
limitado no público a que se destina, mas a exposição 360º Ciência Descoberta,
na Fundação Calouste Gulbenkian, responde ao desafio enunciado. A exposição centra-se
na ciência ibérica do período das grandes viagens oceânicas dos séculos XV e
XVI, dando a conhecer “desenvolvimentos científicos e técnicos dos ibéricos no
período dos descobrimentos, mas também o impacto que essas mudanças provocaram
na ciência europeia.”
«A exposição procura
mostrar como o encontro com Novos Mundos permitiu também descobrir uma Nova
Ciência.»
Esperemos que com o novo
paradigma da historiografia científica, esta ganhe uma visão que apreenda o
dinamismo da actividade científica e se atinja a compreensão de como “as ideias
e as práticas científicas se adaptam e transformam em diferentes contextos
históricos e geográficos, e como essas alterações modificam os usos e os
conteúdos da própria ciência.”
Aceite-se o convite para
percorrer registos da maravilhosa aventura ibérica, e que o façamos através do
“olhar renovado com que os historiadores de hoje examinam e descrevem o passado
da ciência.”
Acredite-se, como
acreditava Garcia de Orta, que "O que hoje não sabemos, amanhã saberemos."
Citações retiradas de:
Onésimo Teotónio Pereira, Utopias em Dói Menor
360º Ciência Descoberta - Catálogo da Exposição
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