"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

domingo, 30 de junho de 2013

Não há feira, mas há escritores!


«Vários escritores decidiram lançar uma iniciativa intitulada “Acorda Porto” para protestar simbolicamente contra a não realização da feira do livro nesta cidade e permitir um encontro entre os escritores e os seus leitores.»

SIC Notícias  -  A diferença que faz a falta de um NÃO!
Mas já estamos habituados aos erros crassos dos textos dos rodapés nas televisões.
Foi uma iniciativa que decorreu na segunda quinzena do mês que agora termina e que contou com a adesão de vários escritores.

Dinheiro para a Feira do livro não houve, mas o Circuito da Boavista lá se realizou. 
Mas nós compreendemos: os livros são um luxo!

Lisboa, elevadores, meninas e gaivotas em terra

Em dia de calor...

Elevador da Glória
Joana Vasconcelos cola painéis de azulejos num cacilheiro, outros pintam imitações de azulejos nos elevadores.

Chiado
Menina à varanda goza o Sol
No topo, à esquerda, esvoaça a bandeira nacional

Gaivota no miradouro de S. Pedro de Alcântara
Aprecia a paisagem

Futuro Papa

34 arcebispos, entre os quais D. Manuel Clemente, o novo patriarca de Lisboa, receberam o pálio - uma insígnia de honra litúrgica - numa cerimónia presidida pelo Papa, ontem, no Vaticano.

TVI, 29 de Junho de 2013
Por acaso ou por alguma ignota razão, D. Manuel Clemente foi o primeiro daquele conjunto a receber essa honra.
Tenho continuado a conjecturar o palpite que tive no momento em que soube que D. Manuel Clemente ia ser o novo Cardeal Patriarca (e que também já ouvi a mais uma ou duas pessoas) - será um futuro Papa.


Nobel Day in Lisbon e falta de visão periférica

Na semana passada, estiveram em Lisboa, na Culturgest, entre outros investigadores estrangeiros e portugueses, 4 prémios Nobel da Medicina para discutir o futuro da ciência.
A comunidade científica portuguesa teve à sua disposição estes "craques" para perceber o que se passa na investigação a nível europeu e debater os problemas e possíveis soluções da ciência (e dos cientistas) em Portugal, nomeadamente o  financiamento.
Todos (ou quase todos) os países europeus estão a atravessar dificuldades.
Da parte da organização foi afirmado que "este evento é uma forma de estimular todos a não desistirem da investigação científica. A motivação e o incentivo são das coisas mais importantes na vida de um cientista além da criatividade."
Será preciso que fique clara a utilidade da ciência para a sociedade e a necessidade de se financiar suficientemente a investigação.

No caso português, com o actual ministro das Finanças, será necessário fazer um desenho com legendas.
Este ministro, que desempenha as actuais funções como forma de retribuir ao país o elevado investimento feito com a sua educação, não parece preocupado, a julgar pela sua actuação, com a saída de Portugal de milhares de jovens qualificados.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, a taxa de emigração qualificada  é de 20%, a maior da Comunidade Europeia.
Por um estudo do Tribunal de Contas, o custo de cada estudante, da entrada no 1.º Ciclo à saída do Ensino Secundário, representa 46.688,28 € para o Estado. Nem se entra em linha de conta com os custos das licenciaturas, outras formações superiores, bolsas, etc.
Vítor Gaspar não deixa que os jovens também possam retribuir o investimento feito na sua educação. Então, vão fazê-lo em países que nada tiveram a ver com a sua formação e que, portanto, os ganham de borla. Esses países ganham o capital humano que o Governo despreza. O Governo só valoriza o capital financeiro, é limitado, não tem visão periférica.

Esperemos que áreas da ciência que se desenvolveram fortemente nos últimos anos em Portugal, como as neurociências, a bioquímica ou a bioengenharia, possam continuar a contar com os financiamentos necessários e não se perca a evolução feita.

O Octávio no Cliff Diving

E depois das fotos sobre o Cliff Diving no ilhéu de Vila Franca do Campo, eis que encontro uma foto do meu antigo aluno canoando (existe?) nas cercanias do ilhéu.



sábado, 29 de junho de 2013

Vila Franca do Campo e o Cliff Diving

Ilhéu de Vila Franca do Campo
Local de onde se efectuam os saltos do Cliff Diving
(foto de Jorge Delfim)


E não têm dúvidas sobre a m... que fazem?

«A troika viu com maus olhos a negociação de Nuno Crato com os sindicatos dos professores e considera que o ministro da Educação cedeu às reivindicações dos docentes. Esta situação pode revelar a outras áreas da administração pública que as contestações e as greves podem compensar. Ou seja, que o governo não tem força política para fazer os cortes previstos e já anunciados. A troika duvida da vontade e da capacidade do Executivo para executar os 4,7 mil milhões de euros de cortes na despesa pública.»
Público, 29 de Junho de 2013

TSF, 29 de Junho de 2013

«Mas Jesus tranquilizou-os dizendo: 
"Por que é que se assustam, e por que têm tantas dúvidas (...)?"»
Lucas, 24:38


P.S. - Parece que há muita gente que tem os professores "atravessados" (salvo seja!)

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Hino do Cante Alentejano

Alentejo, Alentejo
O Cante em Serpa




500 anos do foral manuelino de Serpa

Serpa - vista aérea privilegiando o núcleo antigo da vila
(chamar-lhe cidade é uma saloiice)

Depois de muitas peripécias da guerra da Reconquista e de "guerrilhas" fronteiriças, D. Dinis, aproveitando uma situação de conflito a propósito da sucessão ao trono de Castela, compromete-se com uma posição de neutralidade face ao conflito e coloca, definitivamente, Serpa no mapa... português.
Estávamos em 1295. D. Dinis foi célere a conceder uma carta de foral a Serpa.

Em 1513, o antigo Senhor de Serpa e agora rei de Portugal, D. Manuel I concedeu uma nova carta de foral a Serpa.
Diz o Ficheiro Nacional de Autoridades Arquivísticas que tal aconteceu no dia 28 de Junho.

Na passada 4.ª feira, o Clube de Teatro EnCena, da Escola Secundária de Serpa, apresentou na Praça da República uma recriação histórica da atribuição do foral de 1513 a Serpa.
É essa recriação que se encontra no YouTube.




quarta-feira, 26 de junho de 2013

Emmerico Nunes entrou para a família

Há nomes, locais, acontecimentos que só ganham sustância na nossa consciência, às vezes por acaso, depois de atentarmos bem na sua existência, dela se tornar bem evidente aos nossos olhos e à nossa memória.

Depois, até cremos ser impossível ter passado tanto tempo da nossa vida sem darmos conta deles, porque passamos a estar atentos à sua referência por outros, parece que tropeçamos neles todos os dias, encontramo-los ligados a outros nomes, locais e acontecimentos que já faziam parte do nosso universo (ou passam a fazer).
Como é que não os descobrimos antes?


Emmerico Nunes, por exemplo.
Conhecia-o como autor de desenhos humorísticos do início do século passado, elemento participante no I Salão dos Humoristas Portugueses (1912).
Fui à exposição que lhe é dedicada no Centro de Arte Moderna, da Fundação C. Gulbenkian e de que aqui  falei. Descubro que há mais Emmerico Nunes. Muito mais - o exposto e o que passo a saber que existe e não está exposto. Aliás, os desenhos expostos foram, durante anos, considerados perdidos, por isso o nome da exposição: A obra perdida de Emmerico Nunes.

Depois fico a saber que estudou em Paris, conselho dado por Malhoa a seu pai, e associo-o àquele pintor. Também a Amadeo de Sousa Cardoso, por via do qual o podemos encontrar em fotografias já conhecidas, mas onde "o não via" (era personagem secundária, em comparação com a "estrela"). E encontramos aí, também, Manuel Bentes (mas desse falarei mais tarde, que ainda deve ser meu tio!).

Emmerico Nunes, Manuel Bentes, Amadeo de Souza-Cardoso e Alexandre Ferraz de Andrade
em casa de Amadeo, no Boulevard Montparnasse (Paris)
Depois descubro que viveu e morreu em Sines e associo-o ao nome do Centro Cultural daquela cidade, quando até aí o nome do Centro era neutro, não me fazia tilintar nenhuma campainha no interior da cabeça. Num blog sobre património em risco, descubro a casa que habitou em Sines, em estado de abandono. Antes, pouco ou nada me diria.

Casa em que Emmerico Nunes viveu, em Sines.
Pertencia à família da mulher, Clotilde Pidweel Nunes
Depois, pelo acaso de encontrar e folhear a vol d'oiseau um livro sobre pinturas de Portugal, deparo-me com uma pintura de paisagem da sua autoria, em que dificilmente repararia se não tivesse ido à exposição e passasse a estar atento ao seu nome. Acaso dos acasos, a pintura representa Serpa (será que foi a Serpa pela sua relação com Manuel Bentes?).



A net é um mundo. Entro, procuro e tenho mais pinturas de paisagens: Sines (natural, se lá viveu), Rana (campos de cultivo, será que é a Rana que conheço e que fica nas "traseiras" da minha casa? Olha que coincidência! A suspeita passa a verdade ao ver a pintura seguinte), Rebelva - Carcavelos (olá!, é mesmo aqui a dois passos de casa!)...

Emmerico Nunes - Sines
Emmerico Nunes - Rana
Emmerico Nunes - Rebelva
Não procurei muito mais, mas o suficiente para me deparar com o publicitário que também foi.
O blog Dias que voam apresenta um bom conjunto de anúncios bem dispostos.

A partir de agora, nada do que encontrar sobre Emmerico Nunes me será estranho, ou seja, passa a ser incorporado/processado na minha base de dados mental.
Estarei mais atento.

Emmerico Nunes caricaturado por Amadeo

terça-feira, 25 de junho de 2013

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Antes swop que swaps


E viv'o vinho!

Volta que estás perdoado!


É um homem de sucesso
é um self-made man

A vida é um carrocel.
São as tais parcerias público-privadas, parcerias político-empresariais...
Comem todos da mesma gamela e vivem acima das nossas possibilidades.

«Portugal vive hoje asfixiado por duas mentiras colossais.
A primeira é a ideia, repetida à exaustão, de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a viver acima das suas possibilidades, compraram bens de consumo que não deviam e a que não teriam direito. (...) Diz-se ainda que tiveram este comportamento reiteradamente e de forma descontrolada ao longo de anos e anos. Esta seria a razão da nossa desgraça, o motivo do défice e da dívida. Nada mais falso. Um logro. Um embuste.
Quem viveu e esbanjou muito acima das suas possibilidades nas últimas décadas foi a classe política portuguesa e seus apaniguados. Muitos foram e são os que se alimentaram da enorme manjedoura que é o orçamento do Estado. A administração central e local enxameou-se de milhares de boys, criaram-se institutos inúteis, fundações fraudulentas e empresas municipais fantasmas. Atrás deste regabofe veio uma epidemia fatal: a corrupção.»
Paulo de Morais, Da corrupção à crise

Batatas a martelo

Até agora só conhecia as batatas a murro...


Da noite ao silêncio

A quem faz hoje anos...


BS faria 43 anos.

domingo, 23 de junho de 2013

Moon River




Em 1961, Henry Mancini compôs Moon River para o filme Breakfast at Tiffany's, com Audrey Hepburn.



Eric Clapton e Jeff Beck dão-nos outra aproximação à mesma música (uma das 1001)



A Lua dita super

Super Lua, perigeu lunar... chamem-lhe o que quiserem.





Cada vez mais alto 
e mudando de cor

O Cônsul - o romance









Um bom romance sobre o cônsul Aristides de Sousa Mendes, da autoria de Júlia Nery. 1.ª edição em 1991.


Património cultural português - bipolaridade

Num comemora-se, noutro lamenta-se. Ou vice-versa.
Ontem, comemorou-se a classificação da Universidade de Coimbra.
Na 5.ª feira passada, um grupo de refugiados da Segunda Guerra Mundial e familiares que devem as suas vidas aos vistos passados pelo cônsul Aristides de Sousa Mendes visitaram Cabanas de Viriato, a aldeia natal do diplomata, deslocando-se à sua casa - a chamada Casa do Passal.


A visita era uma homenagem, mas foi também um exercício deprimente pelo estado de ruína da casa, "aberta ao desrespeito, esventrada pela degradação".
«É tão triste ver a casa a cair, faz-me mal ao coração olhar para o edifício e pensar em algumas histórias que o meu pai, o meu avô e a família aqui viveram.», disse uma neta do cônsul. O avô morreu na miséria, ostracizado por Salazar, que nunca lhe perdoou a "traição" de ter desobedecido às suas orientações.
De há muitos anos para cá que se fala no acto de desobediência de Aristides de Sousa Mendes e o que ele significou no número de pessoas salvas. Foram mais de 30 mil os vistos que passou, mais de 30 mil vidas que puderam fugir do Holocausto. Com a popularidade do filme A lista de Schindler fizeram-se comparações.
Palavras e intenções, mas da casa, se se considerou que era património, ninguém cuidou. A passagem acima sublinhada e que fala da degradação do imóvel já é, pelo menos, de 1991, data da publicação de O Cônsul, romance de Júlia Nery.

O Sec. de Estado da Cultura não esteve presente na homenagem: que justificações teria para explicar o estado de degradação? A responsabilidade não é (só) sua - é de todos os anteriores secretários da cultura, ministros da dita cultura, governos, outras entidades... nossa, em último caso.
O futuro, espera-se, deverá ser mais risonho.
Certamente por vergonha, quando da visita à casa, uma mensagem do Sec. de Estado anunciou que o edifício vai ter obras de reabilitação. Mas parece que, por agora, é só para intervenção no telhado. Aqui, é preciso começar por cima.

À entrada da casa é visível uma instalação que desempenha a função de um mini-museu
temporário. A ideia foi do neto de uma das pessoas salvas por Aristides de Sousa Mendes,
que, tendo visitado a casa no ano passado, resolveu apresentar o projecto como trabalho final
 do curso de arquitectura, nos EUA.

Professores, uma referência contra o medo

Professores, uma referência contra o medo é um artigo de opinião de São José Lapa publicado, ontem, no jornal Público.

«Na semana em que se assinalam os dois anos da posse do Governo de coligação PSD-CDS, chefiado por Pedro Passos Coelho, o executivo sofreu uma derrota política com a greve dos professores. O dia 17 de Junho pode vir a ficar na história deste Governo como o dia marcante no que tem sido a investida autofágica ao próprio estado, que o Governo tem consumado no ataque aos funcionários públicos.
A greve dos professores no dia de exame nacional de Português - na continuação da greve às avaliações, que já estava a ser um sucesso - foi uma importante derrota política de todo o Governo e em especial do primeiro-ministro, que deu cobertura à forma como o ministro da Educação geriu este assunto e o transformou num braço-de-ferro com os sindicatos dos professores e com os professores em geral. A derrota foi tal que os exames previstos para o dia da greve geral já foram antecipados para a véspera.
O primeiro-ministro autorizou e apoiou a forma autoritária e no limite do poder democrático e do Estado de direito como o ministro da Educação procurou forçar os professores a irem vigiar exames. (...)
E adoptando a arrogância do autoritarismo neoliberal perante o trabalho e prosseguindo a mesma linha ideológica de que tem governado com o intuito de baixar o valor do trabalho, o Governo seguiu em relação à greve dos professores as regras de um manual de thatcherismo de trazer por casa. Convenceu-se que também ele ia "quebrar a espinha" aos sindicatos. Enganou-se.
O que o Governo conseguiu foi lançar a confusão nos exames de Português, que ou não se realizaram ou realizaram em muitos casos atabalhoadamente. Se não, vejamos os dados que resultam de um dia de greve. Segundo o próprio Ministério da Educação, apenas 76% dos 75 mil alunos inscritos a exame conseguiram realizar a provas, ou seja, cerca de 20 mil alunos ficaram sem exame de Português, pelo que o ministério foi obrigado a anunciar logo no mesmo dia que se realiza novo exame dia 2 de Julho.
Mas a imagem da seriedade e do rigor de Estado, que é necessária à execução de exames, ficou comprometida. Mesmo antes do dia, o facto de o ministério convocar para vigiarem exames dez vezes mais professores do que os dez mil que normalmente estariam envolvidos, mostra o desespero e a falta de racionalidade com que o Governo agiu perante o problema. Já em relação ao dia, os dados conhecidos falam por si.
Conclusão: o exercício de autoritarismo protagonizado por Nuno Crato redundou em descrédito da autoridade de Estado e na mácula do currículo dos alunos. A greve teve assim apenas um aspecto positivo - a vitória que ela foi para os professores. E neste sentido, ou seja, num sentido social mais amplo, pode dizer-se que esta greve foi uma mais-valia para a sociedade portuguesa e para a democracia.
Isto porque, se o Governo pensou que ia fazer dos professores um exemplo e que ia "quebrar a espinha" ao movimento sindical, a união dos sindicatos e a união com que todos os professores agiram deu uma lição ao Governo sobre como nem tudo é permitido e como há pessoas que não se deixam intimidar pelo medo. A maioria da classe docente, ao mostrar que não se deixava acobardar pela intimidação do Governo, deu uma lição de dignidade e serviu de exemplo a toda a função pública, a todos os trabalhadores, à sociedade portuguesa e à democracia portuguesa. Os professores estão assim de parabéns, pois voltaram a ser uma referência para a sociedade, uma referência contra o autoritarismo e contra o medo.


Quiet river

Obrigado, Sofia, por me teres dado a conhecer.



Sena da Silva - Uma antologia fotográfica

Cais das Colunas, Lisboa, fins dos anos de 1970
«Para o viajante sem preconceitos, a imagem de uma rua com gente, uma certa incidência do sol, um pequeno pormenor de atitude de um desconhecido que revele uma certa maneira de estar no mundo podem ter um significado mais profundo que a rosácea da catedral ou a contemplação das obras-primas do museu.»
Sena da Silva, A Cidade e os Designers, 1982

Sena da Silva. Uma Antologia Fotográfica é a maior exposição até agora realizada com a produção fotográfica de António Martins Sena da Silva (1926 - 2001).

«António Martins Sena da Silva foi uma personalidade fascinante, multifacetada, criativa, sofisticada, completa. Como se possuísse o toque de Midas, dava a tudo aquilo em que tocava o ouro da qualidade e da novidade. Num país longo e forçadamente alheado dos grandes movimentos artísticos do século XX, ele soube, como outros da sua geração, romper o bloqueio e resistir ao cerco com a força da ousadia inventiva.
Afirmou-se, desde jovem, em diferentes domínios de actividade. Foi pedagogo e divulgador, empresário e tradutor, designer (gráfico e de produto) e arquitecto, fotógrafo e artista plástico. Pioneiro, entre nós, de uma visão moderna expressa na relação arte-tecnologia-economia, nada nisso lhe foi alheio.»
António Costa, catálogo da exposição

Uma exposição a não perder.
Cordoaria Nacional, Galeria do Torreão Nascente 
até 4 de Agosto


sábado, 22 de junho de 2013

Universidade de Coimbra Património Mundial da Humanidade

Fotografia de Jorge Orfão 

A Universidade de Coimbra foi classificada Património Mundial da Humanidade.
Para além do valor patrimonial do conjunto de edifícios que integravam a candidatura, foi tida em consideração a importância da Universidade na divulgação da ciência e da língua portuguesa no mundo, adquirindo o valor de símbolo de uma "cultura que teve impacto na humanidade".

Pormenor de uma pintura de Coimbra, do séc. XVIII

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Beethoven - Prometeu (abertura)

Mais uma vez Beethoven e Napoleão.

Prometeu ou As Criaturas de Prometeu, música composta para um "bailado sério", por encomenda do coreógrafo Salvatore Vigano (mestre de dança da corte austríaca), foi representada pela primeira vez no palco do Teatro da Corte, em Viena, no dia 28 de Março de 1801. 

Prometeu, perseguido por Zeus por ter roubado o fogo divino, vai moldar criaturas às quais a música de Apolo é capaz de insuflar vida e sensibilidade.
O Prometeu de Beethoven e Vigano seria Napoleão, cujas ideias revolucionárias prometiam a libertação do absolutismo. 
Beethoven revolucionava a música, pretendendo que ela contribuísse, também, para uma sociedade livre, com indivíduos mais cultos.
Dois revolucionários a criar para uma corte conservadora.



Chatice, pá!






Os outros... não! Aceitam tudo nas calmas, na tranquilidade dos seus lares, sentados nos sofás...

Da minha janela, o fim do dia mais longo