Até concordo com Passos Coelho: para o trabalho e o grau de responsabilidade que têm, os membros do Governo ou o Presidente da República não são devidamente remunerados.
Mas a experiência prova que ser ministro é mais do que meio caminho andado para ter um cargo futuro muitíssimo bem recompensado. Que o digam ex-governantes como os 15 que aparecem referenciados no livro Como os Políticos Enriquecem em Portugal, de António Sérgio Azenha, editado pela Lua de Papel.
Pode ser visto aqui, onde, clicando em cima de cada uma das fotos, temos acesso à informação.
Como salienta o autor, não é uma questão de legalidade (embora os próprios, na sua vida partidária, também tenham contribuído para a formulação da lei). É uma questão de princípio do funcionamento do próprio sistema que se pretende (e se afirma) democrático.
Há demasiados vasos comunicantes entre os cargos políticos e os (lugares de topo dos) grandes grupos económicos.
Em Portugal nunca o Estado facilitou a autonomia e o crescimento independente da iniciativa privada e nunca a iniciativa privada deixou de viver à sombra ou às custas directas do Estado. Esta é a realidade passada e presente que os poderes político e económico-financeiro não estão verdadeiramente interessados em alterar, por mais que os discursos de uns e de outros afirmem desejar o contrário. Porque se sustentam mutuamente.P.S. - E no quadro faltam Eduardo Cartroga e Celeste Cardona, por exemplo. Porque há mais...
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