Foz.
No Porto é obrigatório.
Tem uma luz e um encanto especiais, com traços arquitectónicos e sociais muito diferentes.
A Foz do Douro foi couto da ordem beneditina (Mosteiro de Santo Tirso) desde os tempos de D. Afonso Henriques.
Após a Guerra Civil de 1832-34 passou a integrar o concelho do Porto em 1836, sendo uma terra de pescadores e de mareantes. No areal que o Passeio Alegre viria a ocupar já no final do séc. XIX, os pescadores varavam os barcos e consertavam as redes.
São João da Foz (óleo de Marques Oliveira, 1881) |
O verão passou a atrair à Foz, "por razões terapêuticas, devido aos bons ares e às águas iodadas, gentes do Porto e da sua influente colónia inglesa, e de mais longe, tornando-a cada vez mais cosmopolita."
Alberto Pimentel refere dois turnos de banhistas, a propósito das décadas de 1850 e 1860: o primeiro turno era o da "gente do Porto, famílias ricas, titulares, empregados públicos, etc."; o segundo era o da "gente de Cima-do-Douro, lavradores ricos, proprietários, pessoas abastadas, sem exclusão de gente menor, os feitores, os caseiros, os remediados e até os pobres." Esta segunda leva ocorria já depois das colheitas.
Ir às praias na Foz (fotografia de Aurélio Paz dos Reis, 1908) |
O eléctrico na Foz (fotografia de Aurélio Paz dos Reis, 1905) |
Foz do Douro
É outra vez abril
- e tão perfeito é o azul
que o estendo
ao longo do meu corpo.
Não sei de ninguém tão bem vestido!
Eugénio de Andrade, Escrita da Terra
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