"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Brahms recriado

Não deixa de ser curioso (para mim) descobrir a marca dos grandes compositores clássicos numa série de músicos/grupos contemporâneos, nomeadamente nos grupos do chamado rock progressivo.
Cresci nesse cenário musical e não me libertarei dele (até pela razão afectiva, que é bem importante).
E é interessante verificar quanto algumas linhas musicais de então (anos 70) se encontram nos meus gostos relativamente aos clássicos. Parece que temos um ADN musical...
A dita música clássica só começou a entrar no meu "sistema" musical quando já estava na casa dos 20 anos.
Com o maior conhecimento dessas obras vou reconhecendo cada vez mais a presença clássica em muitos dos meus grupos favoritos. J.S. Bach deve ser o mais constante. Agora encontro Brahms.
No tema dos Yes (Rick Wakeman), Cans and Brahms (aí declaradamente assumido); em Love of my life, de Carlos Santana (como mostraste, Ana C.; nunca tinha relacionado); neste caso que apresento abaixo, com os Focus (1974):




Na informação do CD dos Focus (um grupo holandês) não há qualquer referência a Brahms (ou a Haydn), e os créditos da música são de um dos elementos do grupo. Mas a abertura do Hamburger Concerto é a abertura das Variações sobre um tema de Haydn, de J. Brahms. 
Brahms partiu de Haydn (ou do que supunha ser de Haydn, porque se duvida da autoria), o qual ter-se-ia baseado numa velha canção (Coral de St. António), hino cantado por peregrinos. Os Focus partiram de Brahms. A vida música não pára.
Hamburger será referência (indirecta) a Brahms, natural de Hamburgo?

P.S. - Uma curiosidade: Haydn foi a Hamburgo, em 1795, para conhecer Carl Philip Emanuel Bach, seu ídolo de juventude. Azar: este já tinha morrido (em 1788!). A falta que fazia o fb...
Há quem diga que Haydn era muito distraído.

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