Foi hoje inaugurado o Museu Aristides de Sousa Mendes, na Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, que foi residência de família do diplomata. A cerimónia acontece no dia em que completaria 139 anos.
O Museu conta com uma exposição permanente, centrada na acção humanitária do cônsul durante o período da Segunda Guerra Mundial. Está organizada em diversas secções que contam a história da casa, da família, da carreira consular de Aristides de Sousa Mendes, o contexto histórico da época, o processo resultante da sua acção de concessão dos vistos de entrada em Portugal a refugiados que desejavam fugir da França, a pena a que foi sujeito na sequência do processo disciplinar que lhe foi posto e a reabilitação da memória do cônsul.
Conta também histórias de outros portugueses cujas acções contribuíram, igualmente, para salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
Imagens da casa em ruínas, aqui
«Num
mundo como o nosso, marcado por profundas transformações políticas e sociais,
pela polarização política e social, o passado parece querer tornar-se novamente
presente perante o crescimento da extrema-direita, dos discursos de ódio e da
xenofobia. Esta mudança exige que o museu, enquanto instituição cívica, assuma
um papel ainda mais activo na defesa da igualdade, da inclusão e da justiça
social.»
«Não
há exposições neutras e explorar questões relacionadas com as nossas sociedades
contemporâneas — como, por exemplo, a questão dos refugiados, dos Direitos
Humanos, do dever de desobediência civil — coloca-nos desafios.»
Um
dos desafios será «fomentar junto do visitante uma mudança positiva na sua
consciência, afirmando-se como espaço de defesa activa dos Direitos Humanos.»
(Cláudia Ninhos, do Instituto de História Contemporânea, curadora
responsável pela investigação, selecção dos conteúdos e dos textos da
exposição)
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