"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Museu Aristides de Sousa Mendes - inauguração


Foi hoje inaugurado o Museu Aristides de Sousa Mendes, na Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, que foi residência de família do diplomata. A cerimónia acontece no dia em que completaria 139 anos.

O Museu conta com uma exposição permanente, centrada na acção humanitária do cônsul durante o período da Segunda Guerra Mundial. Está organizada em diversas secções que contam a história da casa, da família, da carreira consular de Aristides de Sousa Mendes, o contexto histórico da época, o processo resultante da sua acção de concessão dos vistos de entrada em Portugal a refugiados que desejavam fugir da França, a pena a que foi sujeito na sequência do processo disciplinar que lhe foi posto e a reabilitação da memória do cônsul. 

Conta também histórias de outros portugueses cujas acções contribuíram, igualmente, para salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

Imagens da casa em ruínas, aqui



«Num mundo como o nosso, marcado por profundas transformações políticas e sociais, pela polarização política e social, o passado parece querer tornar-se novamente presente perante o crescimento da extrema-direita, dos discursos de ódio e da xenofobia. Esta mudança exige que o museu, enquanto instituição cívica, assuma um papel ainda mais activo na defesa da igualdade, da inclusão e da justiça social.» 

«Não há exposições neutras e explorar questões relacionadas com as nossas sociedades contemporâneas — como, por exemplo, a questão dos refugiados, dos Direitos Humanos, do dever de desobediência civil — coloca-nos desafios.»

Um dos desafios será «fomentar junto do visitante uma mudança positiva na sua consciência, afirmando-se como espaço de defesa activa dos Direitos Humanos.» (Cláudia Ninhos, do Instituto de História Contemporânea, curadora responsável pela investigação, selecção dos conteúdos e dos textos da exposição)


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