Gravado após o regresso da “transcendental” viagem à Índia, durante a qual ocorreu, em Inglaterra, a morte por overdose do manager do grupo, Brian Epstein, o Álbum Branco foi o primeiro disco a ser editado pela Apple, criada pelos próprios Beatles.
White Album é um disco pleno de criatividade. Adjectivos não faltam para o classificar: anárquico, bem-humorado, melancólico, fragmentário, intenso, reconfortante, disperso, nostálgico, revolucionário, futurista, versátil, conservador, vanguardista…
Pode ser tudo!
Dizem ser um disco marcado pelas tensões que resultariam no fim do grupo. O que me parece evidente é a vontade de cada um dos criadores seguir o seu caminho. Tão natural como o elemento restante (Ringo) se sentir a mais e desaparecer durante alguns dias, por sentir que já não fazia falta nem ser querido pelos companheiros – se cada um dos outros ocupava um estúdio independente e trabalhava as canções em separado… Cada um estava na sua! No final, sobressaem as individualidades no seio do grupo.
Quando voltou, Ringo até foi recebido com flores a decorarem a sua bateria. Compôs Don't Pass Me By, a sua primeira canção a ser gravada pelos Beatles, e cantou Good Night, a última faixa do disco, escrita por John Lennon para seu filho, Julian, acompanhado em estúdio por uma orquestra.
Como alguém disse: “Em White Album cabe tudo, sem necessidade de se filtrar, ou de limitar para se definir.”
Se a tensão existiu, as canções gravadas enganam bem, porque soam bem felizes!
Pode ter havido turbulência, mas o resultado foi muito bom. Tem, para mim, muito do que os Beatles fizeram de melhor.
Como acontece com muitos outros discos, gozei-o bem mais tarde, 10 anos depois, nas primeiras noites de trabalho de grupo na faculdade. E continua a acompanhar-me, porque há discos de momentos felizes que assim se fixam na nossa memória.
You say it´s your birthday
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