"Quando todos os cálculos complicados se revelam falsos, quando os próprios filósofos não têm nada mais a dizer-nos, é desculpável que nos voltemos para a chilreada fortuita dos pássaros ou para o longínquo contrapeso dos astros ou para o sorriso das vacas."
Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano (revista e acrescentada por Carlos C., segundo Aníbal C. S.)

terça-feira, 20 de novembro de 2018

Da violência das margens

Fala-se da estrada...

«Do rio que tudo arrasta se diz que é violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem.» (B. Brecht)


A culpa é da dita insegurança da estrada (construída há anos) ou das empresas de exploração das pedreiras que levaram essa exploração aos limites (às bermas da estrada)?
A estrada não saiu do local onde foi construída, as pedreiras é que se foram aproximando ao ponto do inimaginável, do irracional e do ilegal.
Percebemos quando se vêem as imagens aéreas.

As pedreiras transformaram a estrada numa estreita passagem entre duas crateras.



"Aquilo tinha de acontecer. A pedreira foi até aos limites. A estrada nem berma tinha. A estrada por baixo não estava fundada em rocha, naquele maciço calcário, mas sim na terra. Portanto, a terra um dia havia de cair e deslizou com mais chuva. A chuva não tem culpa, só acelera processos que estão em desenvolvimento. O que houve ali foi um deslizamento de terras e a estrada a cair, infelizmente", analisa. "É de uma evidência que é trágica".

Carlos Mineiro Alves, bastonário da Ordem dos Engenheiros, ao DN


Depois das tragédias acontecerem, todos os especialistas sabem que assim seria. 



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