1) Os professores não progridem na carreira apenas com base no tempo de serviço.
2) A progressão na carreira docente está sujeita a quotas e a restrições baseadas no desempenho.
3) A maioria dos professores ao serviço nunca chegará aos escalões superiores.
4) Uma proporção absurda de professores está há mais de uma década (muitos há duas) no primeiro escalão da carreira - mesmo que tenham sido sempre classificados com muito bom ou excelente (notas que estão sujeitas a quotas).
5) Os professores não entram de férias quando as aulas acabam. Por estranho que pareça, a atribuição de notas, a vigilância e correcção de exames, a inscrição de alunos, a constituição de turmas, a elaboração de horários, o planeamento do ano lectivo, a organização logística de laboratórios, etc. não caem do céu aos trambolhões.
6) A perda real de salários e o congelamento das carreiras dos professores aconteceram ao mesmo tempo que aumentava o número de alunos por turma, aumentava a carga lectiva e burocrática, se eliminavam as reduções de horário para docentes mais velhos, aumentava a escolaridade obrigatória (e com ela os problemas sociais e disciplinares com que as escolas têm de lidar), diminuía o número de auxiliares e de técnicos especializados (psicólogos, assistentes sociais, etc.) nas escolas.
7) Não foram os professores que estão nas escolas quem escolheu as regras e práticas de formação, avaliação, progressão e gestão de docentes. Não são eles que têm de prestar contas pelas consequências dessas regras.
Se depois disto ainda acham que a greve dos professores é uma mera defesa corporativa de uma classe privilegiada, há uns medicamentos homeopáticos que podem ajudar."
Ricardo Paes Mamede, Economista
Eu, professor, agradeço o esclarecimento.
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