Rogier van der Weyden, Deposição |
«Entra a Semana Santa, e a Mãe visita com ele as sete igrejas da praxe, todas soturnas de velas que tremeluzem na expectativa da Ressurreição, e com santos nos seus altares, sinistramente tapados por panos roxos de que se desprende o bafio de muitas humidades. E lá por trás, cristalizados em suas teatrais atitudes, derramam eles lágrimas copiosas pela Paixão do Senhor, aguardando o tilintar das campainhas da aleluia. Ajoelha então à beira da Mãe, contrito dos seus pecados de crueldade e desobediência, e o coração do rei que tanto ama a cidade que lho oferece como prova da sua ternura goteja lentamente, coroado como o Divino Mestre por espinhos que se entrelaçam.»
Mário Cláudio, Astronomia
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